Prezado Jonasteiro ou simplesmente filho do doutor. Em respeito a sua opinião, que na verdade não deve ser sua, alguém deve ter escrito para você, permita discordar de tudo. Lembro de minha infância na rua de pedra da casa onde morava, onde nasci, na casa dos meus pais, perto do mercado público, da praça da Matriz, hoje já coberta por uma fina camada de asfalto.
Lembro dos inúmeros vizinhos que hoje já partiram, mas que deixaram saudades. Dona Zezé Marques, Zezé Lobato, Morena Serra, Seu Aprígio e sua esposa a professora Mercedes, saudosa Alda, Raimundo João Monteiro, Seu Basílio e dona Júlia, seu Santana, Raimundo Marques, Zé da Paz e muitos outros que lembro da minha infância e que marcaram muitas muitas vidas.
Cresci brincando bola, empinando pipa, andando de bicicleta, tive uma infância saudável e feliz ao lado dos meus pais, irmãos, primos e amigos. Me lembro do Recanto, Clube Recreativo rosariense, Roda Viva, Palhoça ( antiga Palhoça ), onde as pessoas se divertiam sem confusões, brincadeiras saudáveis, e a alegria estava por toda parte.
Estudei no Sementinha, Escolinha Moranguinho, Luiza de Sousa Gomes, tive diversos professores que marcaram minha vida, as Marias ( Maria José Azevedo e Maria José Aquino) que até hoje às chamo carinhosamente de tia, tia Rosinha, tia Rute, saudoso Maciço, professor Joca, dona Fátima e muitos outros que me orientaram e muito me ajudaram na formação do meu caráter.
Cresci em Rosário, me orgulho dos meus pais e de toda minha família e só para lembrar eles sempre estão aqui ajudando as pessoas em tempo e fora de tempo não só nas eleições, de um lado a família Calvet e do outro, a Oliveira e Carvalho, cheia de pessoas trabalhadoras e honestas que me motivaram e me motivam a nunca desistir dos meus sonhos.
Aos 18 anos comecei a trabalhar, trabalhei na C&A como vendendor, lecionei em São Luís por alguns anos, lecionei em Bacabeira, fui policial militar, trabalhei no governo do estado, fui ambulante ( vendi junto com meu irmão cervejas e refrigerantes em um carro de mão), fui representante de suplementos alimentares, enfim, sempre trabalhei para sustentar minha família e passei em muitos concursos.
Eu e minha esposa atualmente temos uma loja de vendas de celulares e acessórios, tudo que temos foi construído com muito trabalho, esforço e de forma honesta, muitas vezes colhemos com lágrimas, mas podemos dizer que até aqui o Senhor tem nos ajudado. Empregos adquiridos por concurso e outros por mérito e capacidade.
Meu primeiro emprego não foi uma vaga de vereador dada pelo meu pai, tenho nome e as pessoas me chamam de Calvet Filho, diferente de você que chamam de “filho do doutor”. Sei que é difícil ver um filho de uma professora, profissão que eu já exerci e tenho muito orgulho, romper com os preconceitos e abrir caminhos para que o filho do pobre sonhe e ocupe um espaço que outrora só os doutores e filhos dos doutores ocupavam.
Infelizmente sei que é difícil para você, acostumado a jogar futebol só no vídeo game, para não colocar o pé na areia e pegar uma bactéria e que sempre teve tudo, ser contrariado, e quando acontece deve quebrar tudo dentro de casa como um menino mimado que és. Acostumado a comprar tudo que quer, não aceita perder.
Aprenda que a vida é assim, feita de vitórias e derrotas e que as vezes as derrotas são mais importantes que a vitória. Filho do doutor, eu nunca fui rejeitado, as pessoas que votaram em mim, depositaram sua confiança de graça, eu não paguei, rejeitados são aqueles que mesmo pagando, não tem a votação esperada.
Tem gente “filho do doutor”, que disse que ia ter 2.000 votos por ter gastado 600 mil reais e só teve 700 votos. Isso é rejeição! Sei que isso incomoda os ricos, ver um ex professor, ex policial militar, duas das mais nobres profissões que realmente são desvalorizadas construir uma casa e dar conforto a sua família. Quer dizer que o trabalhador não pode sonhar? Quem não sonha em ter sua casa própria? Os ricos querem mesmo que os pobres permaneçam pobres, assim baterão nas suas portas em busca de ajuda e ficarão dependentes das migalhas deles.
A vitória de um trabalhador(a) gera revolta e inveja de muitas pessoas. Todos querem está onde você chegou, mas não querem pagar o preço que você pagou, passar pelo que você passou. Mas pelo patrimônio que diz já ter construído deve ter trabalhado muito e pelas escolas particulares que estudou deve ter passado em muitos concursos públicos que pagam um salário bem melhor do que de professor e policial. Ah! Você não precisa, é “filho do doutor”! Felizmente, hoje é possível um homem filho do povo ter condições de lutar, apesar das dificuldades em contrapor o poder econômico nas eleições, mas, a minha escolha na política é exatamente para mostrar e permitir que os mais humildes tenham a oportunidade de debater de igual para igual com os filhos dos doutores, aqueles mimadinhos que não sabem perder e ficam de chororô que nem criança quando querem pirulito.
É compreensível que os que se acham donos poder ( econômico e político) se sintam incomodados quando o filho de uma professora, mas que poderia ser de um pescador, pedreiro, lavrador…ameace o reinado de quem sempre teve tudo. Mostre suas lutas e conquistas na sociedade rosariense para demonstrar afinidades com a maioria da gente trabalhadora de Rosário.
Calvet Filho o povo conhece e você quem é? Em tempo é normal não conhecer minha história e nem do nosso povo, caiu de paraquedas nas eleições, mas dei uma palhinha, mas saiba que pode até aprender um pouco de nossa história, mas nunca vai viver o que eu já vivi aqui em Rosário. Sou rosariense da gema e você sempre será Jonasteiro ou “filho do doutor”! Me respeita rapá!

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