O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (8) que Elon Musk atacou a democracia e a soberania brasileiras com as publicações feitas no X (antigo Twitter) no fim de semana, com provocações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ameaças de não cumprir decisões judiciais.

“Nós sabemos o que está em jogo nesse ataque. Eu acho que nós temos o dever, a sociedade brasileira, as instituições brasileiras, os Três Poderes, o Executivo, o Congresso Nacional e o Judiciário, de dar uma resposta política e institucional a esse ataque. A nossa soberania está sendo atacada, nós vamos responder com mais soberania”, afirmou Padilha.

O ministro fez as declarações durante o workshop “Inteligência artificial: Convergências e divergências sobre como regular”, na faculdade IDP, em Brasília. Ele não citou o nome de Musk  – se referiu a ele como “este milionário” – nem disse qual seria a resposta institucional aos “ataques”. Mas ressaltou que os poderes devem apoiar o STF e as investigações da Corte.

“Eu acho que a resposta mais eficiente que nós temos é nos dedicarmos integralmente nos próximos dias para constituir, de um lado, o apoio necessário à Suprema Corte, aos instrumentos de investigação, de apuração e de cumprimento da justiça no nosso país, que estão fazendo um trabalho incansável em relação ao conjunto de inquéritos, do mal uso das redes sociais para propagar o ódio, para atentar contra a democracia, para praticar crimes, que são crimes na vida real e as pessoas acham que não são crimes por estarem no mundo digital” elencou.

Padilha comparou Musk ao empresário norte-americano John Textor, dono do time de futebol Botafogo, que, recentemente, acusou o futebol brasileiro de manipulação de resultados, sem apresentar nenhuma prova. Para Padilha, os dois bilionários “têm características similares” e são “bilionários que acumularam bilhões, bilhões, bilhões de reais nesse mundo globalizado”.

“Um é o Textor, eu diria que é o X do futebol, que fez acusações ao futebol brasileiro, à justiça desportiva, dizendo de manipulação de jogo, sem trazer nenhuma prova, nenhuma prova. O outro é o X das redes sociais. Esses dois têm uma característica muito parecida, são bilionários que acumularam bilhões, bilhões, bilhões de reais nesse mundo globalizado, muitas vezes apoiando regimes antidemocráticos como a apartheid e se enriquecendo com a situação, ou fazendo campanha por golpes, dizendo que poderia apoiar qualquer golpe no país, e desrespeitando as instituições e o Estado democrático de direito com um país como o Brasil”, afirmou o ministro de Lula.

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