Após a Petrobras anunciar mais um reajuste na gasoilna e no diesel nesta sexta-feira (17), o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), defendeu que uma conta de estabilização para os preços dos combustíveis é uma solução para o que ele chama de “preços fora do controle”.

Segundo ele, essa seria uma saída diante da recusa do governo de rediscutir a política de preços. O Executivo resiste a adotar uma medida dessa natureza — devido as perdas fiscais que teria — e tem apostado em outras alternativas, como corte de impostos estaduais por meio de projetos de aliados no Congresso.

“Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise”, afirmou Pacheco.

Ainda de acordo com o político, “é inexistente a dicotomia Petrobras e Governo, pois a União é a acionista majoritária da estatal e sua diretoria indicada pelo Governo”.

O presidente do Congresso diz que medidas semelhantes estão sendo adotadas por outros países “em favor de sua economia e de sua população”.

“O Senado aprovou inúmeras matérias legislativas que estavam ao seu alcance e, agora, espera medidas rápidas e efetivas por parte da Petrobras e de sua controladora, a União. Já que o governo é contra discutir a política de preços da empresa e interferir na sua governança, a conta de estabilização é uma alternativa a ser considerada”, afirmou Pacheco, em linha bem diferente da adotada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

O chefe do Executivo acusou os diretores de “traição” e disse estar discutindo a criação de uma CPI contra a companhia.

Já Arthur Lira pediu a renúncia do presidente da companhia, José Mauro Coelho, que foi indicado por Jair Bolsonaro em 6 de abril. Em maio, o presidente indicou Caio Paes de Andrade para substituir Coelho, mas a mudança ainda não aconteceu. Lira também falou que o Congresso discutirá política de preços e maior taxação de lucros.

A alta de combustíveis desagradou todos: aliados do governo e oposição.

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