A deputada estadual Mical Damasceno repudiou a nota divulgada pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab e cobrou a sua própria expulsão do partido.

O imbróglio entre MIcal e o comando nacional do seu partido começou na semana passada, quando a deputada sugeriu a realização de uma solenidade apenas com homens, em referência ao Dia da Família, e a submissão da mulher ao seu marido, que ela entende por convicção de fé que deve ser o líder espiritual do núcleo familiar.

Resposta

Foi o que motivou o repúdio de Mical na sessão desta terça-feira. A deputada apontou incoerência de Kassab e sugeriu a sua própria expulsão da sigla.

“O presidente do meu partido nunca me recebeu, nunca deu espaço no PSD para a representatividade da mulher. É incoerente nesse posicionamento”, disse.

E completou: “Me expulse do partido. Eu peço aqui ao presidente Kassab: me expulse do partido por gentileza. O único motivo [da nota de Kassab] foi por que eu defendi o meu Deus e a minha fé. Foi por causa dos princípios. Então, me expulse do partido. O motivo foi por que eu defendi o modelo de família que eu compreendo e entendo que tenho um respaldo bíblico como diz as Escrituras Sagradas”, disse.

Nota

Na nota de Kassab, o presidente do PSD afirmou que a sigla defende a liberdade de expressão de cada, e as suas crenças, apesar de ter repudiado o posicionamento de Mical.

“Lamento a fala da deputada estadual Mical Damasceno, do Maranhão. Traz uma visão retrógrada e superada, falsamente escorada na religiosidade cristã. Defendo a liberdade de expressão e de cada um seguir suas crenças religiões. Como presidente do Partido Social Democrático tenho relacionamento com lideranças de diversas religiões”, disse.

E completou: “O Estado brasileiro é laico e a atuação dos três poderes deve ser pautada pela Constituição, que é clara ao estabelecer a igualdade entre todos, neste caso específico entre homens e mulheres. Os poderes, a sociedade e o PSD têm atuado progressivamente para combater a cultura da discriminação e desvalorização que ainda existem contra as mulheres no Brasil, uma bandeira que seguirá prioritária e inadiável no nosso partido”. (Do Imirante)

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