Defensor da permanência do PSDB no governo de Michel Temer, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, diz que seu partido precisa “baixar a bola” e deixar de pensar que abandonar o barco vá salvá-lo nas próximas eleições. “Achar que se afastar desse governo e contribuir para a sua queda vai salvar o PSDB nas eleições é subestimar a inteligência do povo brasileiro. O fato de sair do governo não vai fazer com que o sujeito emirja da pia batismal vestido de branco, ‘não tenho nada a ver com essa situação’. Temos, sim (bate a mão na mesa). Nós criamos essa situação”, disse, em entrevista à “Folha de S.Paulo”.

O PSDB volta do recesso na terça-feira dividido sobre a decisão de romper com o governo Temer ou continuar na base de sustentação e manter os quatro ministérios que ocupa – Cidades, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo.

Para o ministro, o PSDB precisa reduzir a temperatura de seus conflitos internos para decidir quem será o próximo presidente da sigla – cargo ocupado interinamente por Tasso Jereissati (CE) desde maio, quando Aécio Neves (MG) foi afastado ao ser gravado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, pedindo R$ 2 milhões.

Nunes reconhece que Aécio “foi muito atingido”, mas pondera que foi “injustamente”. “Acho que afetou muito. O presidente, evidentemente, é a cabeça do partido. Mas não foi só o Aécio que foi atingido por essas delações – e atingido injustamente. Muitos outros o foram. Inclusive eu”, diz o chanceler, também mencionado em delação da Odebrecht.

Ao sair em defesa do governo, o tucano classificou como “milagre” Temer governar o país. “É um milagre que o presidente Temer esteja conseguindo fazer um governo que enfrente os problemas com eficácia tendo que abrir mão de objetivos máximos”, afirmou.

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