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Embora o presidente Michel Temer diga oficialmente que o governo se mantém neutro na disputa pelo comando da Câmara, seus auxiliares com melhor trânsito partidário atuam para esvaziar as candidaturas vinculadas ao centrão – grupo formado por cerca de 200 parlamentares, que no passado atuou em favor do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB). A estratégia é descartar apoios a nomes do bloco informal que se apresentaram até o momento.

O Palácio do Planalto não pretende dar aval aos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO), ex-aliados de Cunha, mesmo se a candidatura do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), for barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Adversários de Maia já ingressaram com duas ações na Corte, questionando a possibilidade de o atual presidente da Casa tentar renovar o mandato.

Rosso, que tem sido tratado com deferência por Temer, não conta, porém, com a adesão do próprio PSD, partido que, nos bastidores, apoia Maia. A avaliação é de que o deputado se lançou por sua conta e risco e pode abandonar o páreo.

Outro representante do centrão, Jovair Arantes é visto como “imprevisível” e encontra resistência em partidos do bloco, como PR e PP, que negociam mais espaço no governo em uma eventual reforma ministerial. O Planalto está convencido de que Maia será reeleito, apesar das pendências jurídicas. A leitura no governo é a de que o centrão perdeu força após a cassação e prisão de Cunha. Para o Planalto, Rosso e Jovair não aglutinam a base aliada.

Diante da hipótese de Maia ser impedido de assumir um segundo mandato, circula no primeiro escalão uma “lista de emergência” com os nomes alternativos: Heráclito Fortes (PSB-PI), Marcos Montes (PSD-MG), Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Temer pretende fazer uma reforma ministerial enxuta, mas já indicou que poderá usar pastas da Esplanada para acomodar aliados “feridos” após a eleição que renovará o comando da Câmara e do Senado.

Nessa quarta-feira (4) Rodrigo Maia passou o dia em reuniões em busca de apoio. Pela manhã, encontrou-se com o presidente Michel Temer e, em seguida, recebeu os deputados Antonio Imbassahy e Ricardo Tripoli, respectivamente, líder atual e líder eleito do PSDB. Oficialmente, os dois encontros foram para tratar de pautas que preocupam o governo, como reforma da Previdência e dívida dos Estados.

Apoio – Tucanos disseram que a tendência é que seus 46 deputados apoiem a candidatura de Rodrigo Maia, mas que, para isso, é preciso que ele oficialize a intenção de disputar a reeleição.

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