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Sondas fluorescentes em nanoescala, que ligam na presença de células cancerosas, ajudaram cirurgiões a remover tumores em ratos sem danificar tecidos saudáveis, de acordo com um estudo publicado na última semana.

A tecnologia potencialmente revolucionária funciona para todos os tipos de câncer, disseram os pesquisadores à agência France Presse, e está programada para ser testada em humanos no início do ano que vem. Os resultados foram publicados na revista científica “Nature Biomedical Engineering”.

Nas experiências realizadas pelos estudiosos, sondas microscópicas foram injetadas em ratos com tumores cancerosos. Uma espécie de “chave” integrada liga e ilumina as sondas quando elas entram em contato com as células cancerosas.

“Os cânceres humanos são um pouco mais ácidos que o tecido normal, e estamos aproveitando isso”, disse o coautor do estudo Baran Sumer, cirurgião do Southwestern Medical Center da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Para muitos cânceres, a cirurgia é a principal opção para o tratamento. Mas garantir que todas as células cancerosas sejam retiradas durante uma operação e evitar a remoção de tecido saudável continuam sendo grandes desafios.

As técnicas atuais de imagem não são suficientemente sensíveis para distinguir sempre as células cancerosas das não cancerosas. A nova técnica usa um corante fluorescente clinicamente aprovado que é compatível com câmeras padronizadas usadas em centros cirúrgicos no mundo todo.

Como um transistor, que liga quando a voltagem sobe acima de um determinado limiar, as nanossondas acendem somente na presença de pH ácido.

Quando as nanossondas foram usadas para remover tumores de cabeça e pescoço de ratos, os cirurgiões descobriram que os dispositivos lhes deram “especificidade e sensibilidade sem precedentes”.

As sondas sintéticas iluminaram nódulos tumorais com menos de 1 mm de diâmetro.

“Isso fornece aos cirurgiões uma imagem clara dos limites do tumor durante a cirurgia”, disse Sumer sobre os resultados que a pesquisa apresentou.

Mundo pequeno – Até o momento, isso não tinha sido possível com o mesmo grau de precisão porque o comportamento de “ligar” e “desligar” é exclusivo da tecnologia em nanoescala, que é medida em bilionésimos de metros.

“A fabricação das nanossondas é relativamente simples e deve ser barata”, disse Sumer. “Não há nenhuma razão pela qual não deva funcionar em humanos”, acrescentou.

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