O escritor maranhense Ferreira Gullar, que faleceu na manhã desse domingo,4, no Rio de Janeiro, onde morava desde os anos 1950, será velado ainda pela manhã desta segunda-feira, 5, na Academia Brasileira de Letras, e sepultado à tarde, no mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, no bairro do Botafogo.
As honras fúnebres ao poeta começaram em um velório na tarde de domingo, na Fundação Biblioteca Nacional. Ferreira Gullar faleceu de de insuficiência respiratória em decorrência de uma pneumonia.
Adeus ao Poeta
Ferreira Gullar, cujo nome verdadeiro é José de Ribamar Ferreira, nasceu em São Luís, Maranhão, em 10 de setembro de 1930, numa família de classe média pobre. Dividiu os anos da infância entre a escola e a vida de rua, jogando bola e pescando no Rio Bacanga. Considera que viveu numa espécie de paraíso tropical e, quando chegou à adolescência, ficou chocado em ter de tornar-se adulto, e tornou-se poeta.
A morte de Ferreira Gullar pegou de surpresas os imortais e admiradores de sua obra. O pesquisador, escritor e imortal maranhense Luís Phillipe Andress revelou que soube da morte do poeta pelo aplicativo Whatsapp, enquanto acompanhava um teste de uma embarcação.
“Eu penso que Ferreira Gullar teve uma existência sublime. Tornou-se um grande poeta não só da literatura maranhense, mas da língua portuguesa. Ele engrandece a poesia secular do Maranhão, fazendo parte da galeria de grandes poetas, ensaístas e escritores. Ferreira Gullar foi o Mestre dos Mestres na poesia. Não há dúvidas que a sua morte cria uma lacuna, um sentimento de vazio. É uma grande perda. Não tenho mais palavras”, disse Luis Phillipe Andress.
O presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, classificou a morte de Gullar como uma grande perda não só para literatura maranhense, mas para a literatura brasileira. Ressaltando que Ferreira Gullar era o maior poeta vivo do Brasil de todos os tempos.
“Houve um grande reconhecimento de todos os segmentos da cultura brasileira que afirmavam que Ferreira Gullar galgou seu espaço por mérito próprio. Sentimos profundamente a sua morte. Nascido em terra maranhense, foi aqui que começou a se projetar. Aqui escreveu seus primeiros livros e no Rio de Janeiro deu continuidade a sua obra, que o levou ao ápice maior, chegando a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. É uma ausência. O Maranhão perde um lugar, um representante na Academia, mas temos que aceitar a morte de Gullar pesarosamente, pois ele foi um grande poeta”, disse consternado o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar.
Influência
Recentemente Ferreira Gullar teve uma de suas obras mais importantes, Poema Sujo, revisitada pelo fotógrafo Márcio Vasconcelos, que lançou no último dia 30 de novembro o livro de arte Visões de um poema sujo, no Museu Histórico em Artístico do Maranhão. Márcio Vasconcelos realizoun uma vasta pesquisa preliminar para levantar informações sobre o poema, sua criação, contexto histórico, momento de vida do autor, episódios importantes para a obra e seu autor, textos críticos, teses, bibliografia e personalidades envolvidas. A constatação de sua importância atemporal e o processo de criação “catártico” que Ferreira Gullar imprimiu ao escrevê-la.
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