image

Em meio às críticas de integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato, o presidente da República, Michel Temer, firmou acordo com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para fazerem um pronunciamento conjunto neste domingo (27) contra a proposta de anistia ao crime de caixa 2.

A ideia foi do próprio presidente, que enfrenta a pior crise de seu governo e tenta emplacar uma pauta positiva para reverter o cenário. Ele se reuniu nesse sábado (26) com Maia no Palácio do Jaburu e acertou o formato do discurso, planejado desde essa sexta-feira (25), quando Geddel Vieira Lima, seu então articulador político, pediu demissão da Secretaria de Governo após denúncia de que teria atuado na esfera governamental para garantir interesses pessoais em Salvador, sua base eleitoral.

Segundo a “Folha de S.Paulo”, a ideia é que os presidentes do Legislativo não coloquem a proposta para votação. Temer também deve reforçar a informação que já havia mandado divulgar, por meio de aliados, nessa sexta (25) – a de que, se a anistia for aprovada pelos parlamentares, será vetada por ele.

Nos últimos dias, Rodrigo Maia comandou uma série de reuniões com líderes de praticamente todos os partidos para tratar do assunto. Eles tentariam aprovar a anistia apresentando uma emenda em plenário. Já havia articulação, inclusive, para que o texto fosse levado imediatamente ao Senado, onde seria votado sem demora. Deputados e senadores correram para que as alterações na lei fossem aprovadas antes que a delação premiada de executivos da Odebrecht fizesse as primeiras vítimas no Congresso.

O vazamento do plano dos parlamentares, no entanto, tumultuou a sessão da Câmara na quinta-feira passada, e a votação teve que ser adiada para a próxima terça-feira.

Irritação – A informação de que a entrevista é para anunciar que a anistia não será mais votada irritou líderes da base aliada. Eles temem que o anúncio legitime a tese de que eram os governistas os fiadores da proposta, já que alguns poucos partidos da oposição – Rede e PSOL – manifestavam-se contra.

Nesse sábado (26), Renan antecipou-se ao presidente da República e afirmou em nota que “o Senado não vai votar qualquer projeto que envolva eventuais anistias de campanhas eleitorais”, uma vez que já tem uma pauta definida até o fim do ano.

Argumentos

Anistia – Os que defendem anistiar o caixa 2 destacam, primeiro, que não se pode punir um crime que não existe; depois, que não é possível uma penalidade por algo do passado.

Leave A Reply