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Washington, EUA – O elixir da juventude pode estar no sangue. Pesquisas feitas nas Universidades de Harvard e de Stanford, ambas nos Estados Unidos, estudaram o sangue dos ratos para descobrir o processo de rejuvenescimento. Os cientistas usaram uma técnica em que o corpo de um rato idoso e de um rato jovem foram conectados, literalmente unidos pela pele, para fazer com que o sangue de um animal circulasse pelo corpo do outro.

Após um período “grudados”, os ratos foram separados para os cientistas analisarem quais eram as mudanças causadas pelo experimento. Os órgãos do animal idoso rejuvenesceram, e o rato teve melhora no fluxo sanguíneo do cérebro, na cicatrização, no olfato, na geração de novos neurônios, na performance em exercícios, na cognição e até na memória.

Os resultados fizeram os pesquisadores descobrirem que a responsável pelos benefícios estava no plasma do sangue, uma proteína chamada GDF 11, que ajudou o cérebro e outros órgãos, incluindo o fígado, o coração e os músculos.

Após a publicação dos artigos, Sakura Minami, pesquisadora da empresa Alkahest, que trabalha com terapias derivadas do sangue para melhorar a saúde na velhice, questionou se o plasma de jovens humanos traria o mesmo benefício.

Assim, Minami e sua equipe injetaram amostras de sangue de pessoas com 18 anos em ratos idosos. Os animais receberam duas vezes por semana as injeções de plasma humano e, após três semanas, foram submetidos a uma série de testes.

A conclusão é que o sangue humano também rejuvenesceu. Os ratos tratados correram como ratos jovens, e testes em labirintos provaram que a memória também melhorou. “O plasma humano melhora a cognição dos ratos e preserva a memória”, afirmou Minami. “O tratamento pode aumentar o nascimento de novos neurônios, processo importante para memória e aprendizagem”, completou.

A empresa Alkahest se concentra em tentar traduzir os resultados nos ratos para um tratamento em pessoas, para evitar os efeitos de envelhecimento no cérebro, como em casos de Alzheimer.

Porém – Enquanto as descobertas soam promissoras, um estudo publicado ontem na “Nature Communications” aponta que o sangue jovem por si só não funcionará como um medicamento.

O estudo fez pequenas transfusões de sangue entre dois ratos, um idoso e um jovem, até que cada animal tivesse 50% de sangue jovem e 50% de sangue idoso sem precisar costurar um no outro. A técnica permitiu que os cientistas controlassem com maior precisão as respostas no corpo do idoso.

O rato idoso teve ligeiras melhorias. Já o rato novo com “sangue velho” teve piora no desempenho da maioria dos órgãos. “Está mais correto falar que existem substâncias no sangue idoso que levam ao envelhecimento do que dizer que o sangue jovem rejuvenesce”, afirmou Irina Conboy, professora associada ao Departamento de Bioengenharia da Universidade de Berkeley.

Cérebro – Na produção de novos neurônios, o rato velho não mostrou nenhuma melhoria ao receber sangue novo. O rato jovem que recebeu sangue idoso teve queda duas vezes maior no desenvolvimento de células cerebrais.

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