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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou de “tolice” as inúmeras reações de associações de magistrados contra a comissão formada por ele na semana passada na Casa para investigar salários acima do teto constitucional. A resposta veio no mesmo dia: a Associação dos Juízes Federais (Ajufe), principal entidade da magistratura responsável pelas ações de interesse da União, afirmou em nota que “é incompatível com o grau de complexidade dos cargos exercidos que o administrador do serviço de xerox da Câmara perceba vencimento igual ao de um ministro do Superior Tribunal de Justiça”.

“Se há abuso, todos os Poderes devem ser investigados, mas, infelizmente, as baterias estão voltadas apenas contra um dos Poderes”, disse na nota do presidente da Ajufe, Roberto Veloso.

Nos bastidores, fala-se em uma empreitada de Renan – alvo da Lava Jato – contra o Judiciário. “Acho uma tolice. Se fazem isso (publicar notas de repúdio) para inibir o Senado Federal, eles não vão inibir. Não tem absolutamente nenhum sentido que alguém receba mais do que o que a Constituição permite”, afirmou o presidente do Senado durante a manhã.

De acordo com Renan, a comissão extrateto vai analisar casos de supersalários nos três Poderes e “não se trata de nenhuma ação direcionada ao Judiciário”: “Não adianta a Ajufe colocar a carapuça e tentar dizer que o Senado está se dirigindo unicamente ao Judiciário”.

O peemedebista disse ainda que as notas atrapalham o processo legislativo e que é melhor que as associações vão ao Congresso para debater as propostas. Nessa quarta-feira (16) de manhã, os senadores da comissão estiveram com a presidente do STF, Cármen Lúcia. Mais tarde, o grupo se encontraria com o presidente Michel Temer. Nesta quinta, é a vez do procurador geral da república, Rodrigo Janot.

Senador chama Moro e Janot

Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RR), afirmou que o juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em Curitiba, e o procurador geral da República, Rodrigo Janot, confirmaram presença em debate sobre o projeto que modifica a Lei de Abuso de Autoridade.

Tanto Moro quanto entidades ligadas ao Ministério Público já haviam se posicionado contrariamente ao projeto. De acordo com Renan, os debates acontecerão nos dias 23 de novembro e 1º de dezembro.

Um dos poucos a defender abertamente o projeto, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) confirmou nessa quarta-feira (16) que será o relator da matéria.

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