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Mais uma suspeita de que o o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha recebido favores da empreiteira Odebrecht está sob investigação da Polícia Federal (PF). Segundo matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, a PF investiga suspeitas de que a empresa teria feito reformas na piscina do Palácio da Alvorada durante o segundo mandato do ex-presidente sem ter contrato com o governo e sem que a obra tivesse registro público.

Foram encontrados indícios após análise de mensagens trocadas em 2008 pelo então presidente da empresa, Marcelo Odebrecht , com outros executivos investigados por causa do seu envolvimento com o esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.

O petista responde a três inquéritos, que investigam favores e pagamentos que ele recebeu de empreiteiras como a Odebrecht após deixar o governo.

Caso sejam confirmadas as suspeitas, pode reforçar as acusações contra o ex-presidente Lula. Seria uma evidência de que o político também recebeu   favores no exercício do mandato, quando os negócios da empreiteiras receberam impulso do governo no Brasil e no exterior.

O Jornal Folha de S. Paulo teve acesso a documentos que comprovam a existência de uma reforma na mesma época das mensagens encontradas. Pessoas ligadas ao Palácio do Planalto e da empresa, confirmaram a reportagem que a Odebrecht fez a reforma sem ter contrato.

As mensagens que despertaram as suspeitas forma encontradas pela PF nos computadores da Odebrecht. Em 1º de abril de 2008, Marcelo perguntou ao então presidente da construtora do grupo, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, se “o trabalho das pedras foi bem concluído”.

Ele explicou que precisava saber disso porque naquele dia seu pai, Emílio Odebrech, se encontraria com o “amigo”. “Meu pai vai estar com o amigo hoje. O trabalho das pedras foi bem concluído? Qual dicou sendo a solução final?”, escreveu Marcelo.

Segundo os investigadores, “amigo” era o termo o termo usado na empreiteira para se referir ao ex-presidente Lula. Executivos que negociam delação confirmam o apelido.
Um mês antes, Marcelo havia recebido e-mail de sua secretária afirmando que um executivo da Vale, Carlos Anísio Figueiredo, morto em 2013, tinha “urgência em lhe falar sobre a colocação de granito na piscina em Brasília” e perguntando se podia encaminhar o assunto o Benedicto Júnior. Marcelo hoje preso em Curitiba, consentiu, mas demonstrou preocupação em evitar que o envolvimento da Odebrecht com a reforma se tornasse público.
“Alinhar para não haver divulgação e qual a estratégia se houver(provável) vazamento na mídia”, escreveu. “Lembro o rolo que foi a reforma do Planalto. Na época, pesei em ser mencionado como doação do pessoal de granito do Brasil para divulgar para visitantes no exterior”.
No relatório da PF em que os e-mails são analisados, que é público, pós investigadores afirma que, “diante da proximidade das datas das mensagens”, há uma”clara possibilidade” de que elas tratem do mesmo assunto.
Oficialmente, a PF diz não ter elementos para apontar o local em que a obra foi feita.
Documentos oficiais da Presidência confirmam a colocação de pedra em volta da piscina do Alvorada em 2008. E, diferente de outras intervenções realizadas no mesmo período de tempo, não há informações sobre a empresa que fez a reforma, nem existência de contrato.
A legislação prevê que obras e serviços de pequeno porte como essa podem ser realizadas por empresas contratadas por convite ou outras modalidades simplificadas de licitação pública, mas não podem ser realizadas sem contrato.
Outro Lado
A assessoria do ex Presidente Lula (PT) não quis comentar o assunto. O petista tem negado que manteve relações irregulares com a Odebrecht. Da mesma maneira, a empreiteira não quis comentar o assunto. (Otempo)

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