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Até o fim deste ano, mais de 3.000 mineiros receberão o diagnóstico de câncer colorretal. Porém, a notícia da doença – cujos tumores acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e do reto – chega tardiamente na metade dos casos, apesar de esse ser o terceiro tipo de câncer mais comum no país, atrás apenas do câncer de próstata, em homens, e de mama, em mulheres.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para 2016 é que mais de 34 mil novos casos de tumores malignos no sistema digestivo venham a surgir no país em ambos os sexos.

Apesar de “silenciosa”, a doença é de fácil diagnóstico, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia (Sobed), Ramiro Mascarenhas. Caso a colonoscopia, que é o exame de visualização interna do intestino grosso, fosse feita em larga escala, 90% dos casos poderiam ser evitados, estima o médico.

Isso acontece porque o exame, além de ser capaz de detectar os pólipos – conjunto de células da mucosa do intestino com malformação, ainda em estágio benigno –, também permite que essas células já possam ser retiradas. “Esse pólipo não costuma apresentar sintoma nenhum, mas, se deixar, de cinco a dez anos pode se transformar em um tumor maligno”, explica Mascarenhas.

Nos estágios mais avançados da doença, dependendo do tipo de câncer e do acometimento do organismo, o tratamento passa a ser feito também com quimioterapia ou radioterapia, segundo o coloproctologista dos hospitais Mater Dei e Odilon Behrens, Bruno Giusti Werneck.

Por isso, a recomendação médica atual é a de que todas as pessoas acima de 50 anos façam a investigação, com exceção de quem tem caso de câncer colorretal na família. Essas pessoas devem iniciar o acompanhamento dez anos antes da idade de quando o parente teve a doença. Além disso, eliminação de sangue pelas fezes, alteração do hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre sem motivo aparente), dor abdominal, anemia, fraqueza e perda de peso são alguns dos sintomas que merecem atenção.

A prevenção também passa pela mudança dos hábitos alimentares e de vida. O aumento do consumo de produtos industrializados, defumados e embutidos, e a consequente diminuição do consumo de fibras têm influenciado no aumento da doença, diz Werneck.

“Sabemos que ingerir cinco porções de fibras por dia, praticar atividade física em torno de 40 minutos, quatro vezes por semana e consumir, no máximo, 300 g de carne vermelha por semana podem atuar como fatores protetores”, afirma.

Serviço – A Sobed realiza, hoje e amanhã, um mutirão de prevenção de câncer colorretal. Das 7h às 17h, serão realizados 75 exames gratuitos de colonoscopia em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que estavam aguardando pelo procedimento na lista de espera do Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte. Mais informações pelo site www.sobed.org.br. (Por Litza Mattos)

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