A Polícia Militar se manifestou na noite desta segunda-feira, ao término do confronto contra criminosos nos morros do Cantagalo e Pavão-pavãozinho, nos bairros de Ipanema e Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. O major Vinicius Carvalho, subcomandante do Batalhão de Choque, responsável por coordenar a ação, não propôs uma ação enérgica, nem tranquilizou os cariocas. A orientação dele foi para que os moradores se protegessem em casa, em situações semelhantes. “Ao ouvirem tiros, as pessoas devem procurar abrigo dentro de suas casas. E janela não é abrigo.”
O dia nos dois bairros da Zona Sul carioca foi caótico, com comércio fechado, ruas interditadas e crianças liberadas mais cedo das aulas. O motivo foi um ataque dos criminosos à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no morro, onde ficam as duas favelas. O comandante dessa UPP, Vinicius Apolinário de Oliveira, ficou ferido. Três suspeitos morreram e outros seis foram presos.
A polícia apreendeu cinco fuzis, uma pistola glock com kit rajada e oito quilos de cocaína. A droga estaria na mochila do homem que aparece em um vídeo despencando do alto de uma pedra, no morro. O episódio não é inédito no cotidiano do Rio de Janeiro. Nos últimos três anos os ataques às UPPs tornaram-se cada vez mais rotineiros. Somente este ano 11 policiais morreram e 132 ficaram feridos dentro desses territórios chamados de pacificados pelo governo. (Por Leslei Leitão/Veja)