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Principais atingidos pela reforma do ensino médio, estudantes têm muitas dúvidas sobre a Medida Provisória 746/2016, que institui o Novo Ensino Médio. Eles concordam que a etapa de ensino precisa de melhorias, mas questionam aumento da carga horária e a necessidade do aluno decidir qual área vai estudar ainda no colégio.

“Vão retirar disciplinas? Eu sou contra. São conteúdos como sociologia e filosofia que estimulam o pensamento crítico. Eu vou poder escolher o que vou estudar? Vão ter várias opções de ensino técnico? Se forem poucas, não vai adiantar”, diz Jonathan Alves de Oliveira, 18, estudante do 2º ano do Centro de Ensino Médio Setor Oeste, escola pública de Brasília.

Já Beatriz de Souza Bim, 15, aluna do 1º ano na escola da rede particular Lourenço Castanho, na zona Sul de São Paulo, diz não concordar com o afunilamento das matérias que pode acontecer a partir da MP. “Está desvalorizando outras áreas de conhecimento. Também acho que muitos alunos não vão escolher o que querem para o futuro, mas seguir as ‘panelinhas’. Estamos em uma fase da vida em que as amizades valem mais do que tudo”.

“Acho bastante preocupante e um retrocesso uma reforma ser feita dessa forma”, diz Luiz Felipe Costa, 19, estudante do 3º ano, da Escola Estadual de Ensino Médio Arnulpho Mattos, no Espírito Santo, que participou das ocupações no Estado. “Hoje o ensino médio é velho e falido, não contempla os estudantes. Eu acho importante fazer uma reforma, mas isso deveria ser amplamente debatido”, acrescenta.

Protestos marcados – Estudantes de escola pública e militantes de entidades estudantis já falam em fazer protestos contra as reformas propostas pelo governo federal. Um evento no Facebook, com o título “Ato contra a reforma do ensino médio – São Paulo” já tem 1.600 pessoas confirmadas e está marcado para as 18h de segunda-feira, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Também estão previstos atos nacionais no dia 5 do próximo mês, segundo a presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes. “Os estudantes não se sentiram contemplados pela reforma”, afirma ela.

Entenda – A MP torna a carga horária mais flexível e dá maior autonomia aos Estados para decidirem a organização da rede. De acordo com a medida, 1.200 horas, metade do tempo total do ensino médio, serão destinadas ao conteúdo obrigatório definido pela Base Nacional Comum Curricular, que ainda será discutida.

No restante da formação, os alunos poderão escolher seguir cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

Modelo atual

Ensino – O modelo atual do ensino médio também não agrada. Pesquisa divulgada essa semana mostrou que apenas um em cada dez estudantes de 13 a 21 anos diz estar satisfeito.

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