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Recente avaliação do Palácio do Planalto detectou que o governo precisa afinar e concentrar o discurso para evitar ruídos e desgastes, que o obrigaram a ter seguidos “recuos”. “É difícil enquadrar ministros. Um governo parlamentar tem a alma do debate. Mas é importante que haja uma unidade de discurso. Por isso, a posição do presidente precisa ficar muito clara”, observou um auxiliar de Temer ao Blog do Camarotti, do comentarista político Gerson Camarotti, no G1.

O jornalista lembra que um exemplo desse “bate-cabeça” aconteceu nessa quarta-feira (21), na quarta-feira (21), em Nova York, quando Temer afirmou que, “pessoalmente”, achava não ser bom anistiar políticos que praticaram caixa 2. Ele fez o comentário ao ser questionado sobre a declaração do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ao jornal “O Globo” de que quem usou dinheiro não contabilizado em campanhas eleitorais não pode ser punido.

Ainda por conta disso, Temer está em busca de um porta-voz para o governo. Nessa quinta-feira (22), o jornalista e consultor político Eduardo Oinegue recusou o convite. A decisão teria sido tomada após uma longa conversa ocorrida pela manhã, no Palácio do Jaburu. Em nota divulgada pelo Planalto, o governo esclareceu que Oinegue entregou a Temer uma proposta de plano estratégico para as várias áreas da comunicação. “O objetivo é colocar a comunicação no centro das decisões governamentais. Pelo plano, o porta-voz seria um diplomata, não Oinegue. O presidente vai estudar os outros pontos do plano”, diz a nota.

Em artigo publicado no ano passado, na revista da ESPM, e reproduzido no Observatório da Imprensa, Oinegue destacou que a comunicação é parte de um processo decisório, e não apenas a etapa final de uma estratégia de governos ou empresas. “Boa parte dos problemas que impactam a imagem de uma organização seria solucionada se um profissional de comunicação – cujos conhecimentos técnicos os líderes respeitem – fosse integrado ao grupo decisório para participar da formulação da estratégia”, disse.

Parceria

Ajuda. Oinegue e Temer se aproximaram pouco antes de o presidente se preparar para o cargo de vice, em 2010. Na época, o jornalista ajudou o peemedebista em treinamentos em comunicação.

“Líderes têm pouco apreço à comunicação”

Brasília. Oinegue já afirmou que os líderes brasileiros, tanto do setor público quanto privado, não demonstram muito apreço pela “comunicação”. “Há sinais claros de que só ganha importância quando surge a chamada ‘crise de imagem’”, escreveu. “Para desalento dos gestores públicos e privados, a origem dos problemas que comprometem a imagem institucional raramente se deve a falhas na comunicação. Vai desembocar ali em algum momento, claro”.

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