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A arrecadação de doações nas eleições municipais caiu 34% neste ano em comparação com a disputa de 2012, levando-se em conta as prestações de contas parciais nos dois pleitos. Apesar de haver 14 mil candidatos a prefeito e a vereador a mais do que em 2012, foram arrecadados R$ 457,4 milhões a menos. No Estado do Rio, por exemplo, a redução foi de 23%. A queda mais brusca ocorreu na eleição para a Prefeitura de São Paulo: 54%.

Esta é a primeira campanha em que doações de empresas estão proibidas, já que a mudança na legislação aconteceu no ano passado. Além do impacto da nova lei, cientistas políticos apontam que o eleitor está mais descrente com a classe política. “A mudança da legislação foi uma cacetada, e acontece o pior sentimento possível: que político é tudo farinha do mesmo saco. Como o eleitor vai doar nesse clima? Os candidatos não têm escolha: vão ter que voltar à velha política, ir às casas, conversar cara a cara”, diz o cientista político João Paulo Peixoto, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Outra causa apontada é a falta de hábito dos candidatos em buscar doações de pessoas físicas. Até o último pleito, as doações de pessoas jurídicas elevavam as campanhas a cifras milionárias, e dinheiro não era um grande problema, especialmente nas grandes capitais.

Além disso, as doações não escaparam à crise econômica. “Há um lado bom: a sociedade pode começar a sentir que sua contribuição financeira faz a diferença. É mais representatividade e mais cidadania”, explica o professor Antônio Barbosa, também da UnB.

Embora em todo o Estado do Rio tenha havido queda de 23% em relação a 2012, na cidade do Rio ainda não foi detectada uma grande diminuição. Na capital, os candidatos a prefeito e a vereador arrecadaram R$ 25,5 milhões em 2012, e R$ 24 milhões neste ano.

Já na capital paulista, o tombo foi de mais da metade, de R$ 25,7 milhões para R$ 11,6 milhões. O atual prefeito, Fernando Haddad (PT), havia arrecadado R$ 10 milhões na declaração parcial de 2012, mas, agora, só tem R$ 2,4 milhões para tentar a reeleição.

Pela internet – Na eleição para a Prefeitura do Rio, o único candidato que declarou ter arrecadado dinheiro por meio da internet foi Marcelo Freixo (PSOL): quase R$ 200 mil. A cifra representa 41% do total de arrecadação de Freixo até agora.

Nova relação

Final – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda vai divulgar uma nova relação de doações para as campanhas, que será a prestação final, logo após o primeiro turno das eleições, em outubro.

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