Tietado por torcedores, jogadores e jornalistas, o técnico Tite tenta se desvencilhar do rótulo de salvador da seleção brasileira. Nesta segunda-feira (5), um dia antes do confronto com a Colômbia na Arena da Amazônia, o treinador fez questão de dizer que seu trabalho ainda é muito inicial –ele está no cargo desde meados de junho.
“Não dá para dizer que você estava no pior e agora voltou ao melhor. Não voltou. É um processo, é um trabalho. Nosso grande desafio é manter um padrão de atuação. São jogos com estratégias diferentes [contra Equador e Colômbia]. Não sou mágico. Não fiz nada. Deixei um bom ambiente de trabalho e coloquei os jogadores nas posições que eles ocupam nos clubes”, disse o técnico.
Para ele, a parte mais importante de seu trabalho até o momento foi no vestiário, na orientação dos jogadores. No entanto, ele descarta qualquer trabalho motivacional.
“A motivação maior é representar a seleção brasileira. Não dá para traduzir em palavras. Criar um bom ambiente de trabalho potencializa o bom ambiente profissional. Faz você colocar todo o seu potencial. Nós temos uma forma de jogar de organização e triangulação. O torcedor vai nos ajudar nesses momentos, porque a gente vai tentar achar a melhor solução para fazer gols na Colômbia. A gente tenta criar um clima de harmonia para colocar o potencial deles para fora. O futebol é um jogo de cabeça”, continuou.
“Minha visão é a ótica do desempenho e do processo. Os resultados proporcionam isso, mas é o processo, senão ficamos indo da euforia à chateação. Futebol mexe com emoção, mas não dá para ser assim. Falamos em desempenho, jogar bem, repetir padrão, em repetir ou jogar melhor do que contra o Equador, contra seleções de características diferentes. Resultado mais desempenho gera confiança. Precisamos resgatar isso para buscar a classificação.”
O treinador confirmou que a equipe titular será a mesma que bateu o Equador por 3 a 0 na quinta-feira (1º), em Quito. Dessa forma, o meia Willian, o mais ameaçado de perder a posição para Philippe Coutinho, seguirá jogando.
“Alguém falou em memória tática. Gostei, é isso. Cada um executar as funções que têm nos clubes. Isso potencializa o trabalho individual e dá sentido de conjunto à equipe”, concluiu, explicando como a repetição do time ajudará a equipe a ter um padrão tático.
Nesta terça (6), a seleção brasileira recebe a Colômbia na Arena da Amazônia pelas eliminatórias da Copa de 2018. Atualmente, o Brasil ocupa a quinta colocação, com 15 pontos, enquanto a Colômbia está na terceira, com um ponto a mais. (FolhaPress)