Na contramão do discurso de austeridade com as contas públicas, o PMDB, partido do presidente interino, Michel Temer, vem tentando acelerar a aprovação dos projetos que concedem aumentos salariais aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao procurador-geral da República e aos defensores públicos.
A proposta do Supremo, que serve como teto do funcionalismo e tem efeito cascata para toda a administração pública do país, vinha sendo apoiada, inclusive, pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Diante da resistência do PSDB e do DEM, que vêm se desentendendo com o governo em relação à condução da pauta econômica, o Executivo recuou na segunda-feira. Mas apenas temporariamente.
Agora, o discurso é adiar ao menos para depois da votação do impeachment — daqui a dez dias — a apreciação de projetos que concedem reajustes, incluindo a servidores da Receita Federal e da Polícia Federal, matérias enviadas ao Congresso por Temer há cerca de um mês. (O Globo – Júnia Gama, Isabel Braga e Letícia Fernandes)