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O Estádio Olímpico parou mais uma vez na noite desta quarta-feira (17.8) para acompanhar o jamaicano Usain Bolt disparar seu arsenal de poderosas passadas no Rio de Janeiro.

Depois de correr apenas para o “gasto” no início da tarde de terça-feira (16.8) nas eliminatórias dos 200m, o raio, que já faturou um ouro no Brasil, nos 100m, voltou à pista às 22h08 para, ao lado de outros sete atletas – entre eles o canadense Andre De Grasse, bronze no Rio 2016 nos 100m – correr a segunda semifinal dos 200m.

Se na terça-feira o tempo do jamaicano foi 20s28, só o suficiente para ele ganhar a nona bateria e se garantir nas semifinais, nesta noite Bolt, largando da raia 4, engatou um pouco mais as marchas e teve que travar uma disputa pessoal com De Grasse. Os dois foram, disparado, os mais rápidos das três baterias dos 200m. Bolt cruzou a linha de chegada com 19s78, dois centésimos mais rápido do que De Grasse (19s80). O único outro corredor a entrar na casa dos 19 segundos foi o norte-americano Lashawn Merritt, vencedor da primeira bateria, com 19s94.

“Eu definitivamente penso que posso tentar o recorde mundial e definitivamente sinto isso”
Usain Bolt

Ao final, Bolt e De Grasse se abraçaram e um pouco mais tarde o canadense contou que o jamaicano chegou a questionar o motivo de canta correria. “No final nós estávamos brincando um com o outro e ele disse: ‘por que estamos correndo tão rápido? Não devíamos estar fazendo isso na semifinal’”.

De Grasse, 22 anos, disse que forçar um pouco mais ritmo hoje foi uma estratégia, mas admitiu que nem ele esperava que a prova fosse tão veloz. “Eu não esperava correr tão rápido, mas aconteceu. Agora é descansar e me recuperar para amanhã. Eu sempre quis pressioná-lo e meu técnico me disse para fazer com que ele usasse o máximo de energia que pudesse nessa corrida, porque ele acredita que eu posso fazer um trabalho melhor de recuperação do que ele, por ser mais jovem. Mas temos que ver o que acontece”, continuou o canadense.

A corrida desta noite deixou duas estrelas do atletismo pelo caminho. O norte-americano Justin Gatlin, medalha de prata nos 100m no Rio, e o jamaicano Yohan Blake, quarto colocado nos 100m no Brasil, não conseguiram vaga entre os oito que avançaram à final. Gatlin terminou a prova em 20s13 e Blake correu mal, com 20s63.

Com todas essas cartas na mesa, a expectativa para a final dos 200m, nesta quinta-feira (18.8), às 22h30, é para que Bolt possa bater seu próprio recorde mundial e cruzar a linha de chegada abaixo dos 19s19, ou, pelo menos, abaixo dos 19s30, o recorde olímpico, que também pertence a ele e foi estabelecido em Pequim 2008.

Sobre isso, De Grasse tem uma opinião. “Não sei como ele se sente, vocês têm que perguntar para ele se ele vai tentar quebrar o recorde mundial. Mas se ele for quebrar o recorde mundial eu definitivamente vou tentar ir com ele”, disse.

Então, é bom De Grasse tratar de descansar e cuidar das pernas. Porque o homem mais rápido do mundo já avisou que correrá pelo recorde mundial. “Eu definitivamente penso que posso tentar o recorde mundial e definitivamente sinto isso”, adiantou Bolt, que fará 30 anos no próximo domingo (21.8), data do encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

“Eu preciso correr de forma eficiente e me preparar para correr uma prova perfeita. Se eu conseguir correr um pouco mais eficientemente nas curvas… Vou torcer para estar nas raias seis ou sete para poder correr o mais rápido que eu puder”, continuou Bolt, que brincou sobre o ritmo que o canadense o forçou a correr. “Foi realmente desnecessário. Eu não sei o que ele estava tentando fazer, mas ele é um menino novo. Ele é demais!”, elogiou o jamaicano.

Por último, Bolt se disse surpreso com a eliminação de Justin Gatlin. “Realmente foi uma surpresa. Eu achava que ele chegaria (à final), mas pude perceber que depois dos 100m ele estava diminuindo”, observou.

“Estou feliz de ainda estar aqui (para os revezamentos)”, declarou Gatlin, que disse não estar na melhor forma física. “Meu tornozelo está me dando muitos problemas. Não consigo correr da maneira que deveria e, além disso, tive uma prova dura na raia três”, explicou.

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