O jogo de realidade aumentada “Pokémon Go”, da série da Nintendo para iPhone e Android, teve seu lançamento suspenso para o restante do mundo onde não está disponível, incluindo o Brasil. O game foi lançado na Austrália, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos no dia 5 de julho, e virou mania absoluta: já está instalado em mais aparelhos Android do que o Tinder, popular aplicativo para encontrar paqueras, de acordo com a empresa de monitoramento SimilarWeb.
Mas usuários de outros países conseguiram baixar o aplicativo fora das lojas oficiais, em links “alternativos”, o que levou a produtora a bloquear o sinal do GPS e dados, por conta da sobrecarga de servidores.
A produtora Niantic anunciou a suspensão do lançamento oficial em outros países para resolver justamente a questão dos servidores. Em entrevista ao site Business Insider ontem, o diretor da empresa, John Hanke, garantiu que estão trabalhando para reverter o quadro, mas que não podem dar uma previsão concreta.
Para entender – Realidade aumentada é quando um jogo ou aplicativo mistura o game em si com o ambiente onde a pessoa está. Em “Pokémon Go”, o jogador tem que procurar os personagens do jogo onde estiver – na rua, no supermercado, no parque etc. Para isso, tem que andar com o jogo rodando, e olhando para a tela do smartphone. O game foi criado pela Pokémon Company em parceria com Nintendo e Niantic, uma companhia nascida dentro do Google.
O jogo usa a função GPS dos smartphones. A partir dela, os jogadores são avisados quando estiverem perto da localização de algum monstrinho. O aplicativo então usa a função de câmera dos aparelhos para gerar uma imagem virtual dos pokémons sobre a imagem que está sendo capturada.
Riscos – O primeiro risco que uma pessoa corre ao baixar “Pokémon Go” de uma fonte não-oficial é o de ser contaminado com vírus. A PSafe, empresa brasileira de segurança mobile, já detectou um malware que usa a mesma identidade visual para se passar pelo jogo. O vírus, que aparenta ter vindo da Turquia, inclui um código malicioso dentro do apk do jogo, infectando aqueles que, ansiosos pelo game, baixam acreditando ser o app verdadeiro. O malware solicita permissões diferentes do jogo verdadeiro, como ler, apagar e enviar SMS, ativar e desativar as redes wi-fi e 3G e até fazer chamadas.
O segundo risco é o de quebrar a cara, literalmente. Como os caçadores de pokémons andam olhando para a tela do celular em vez de prestar atenção ao chão ou paredes, já são vários os casos de acidentes envolvendo jogadores.
O fenômeno – Mais de 60% dos usuários que baixaram nos Estados Unidos usam o jogo diariamente
Em 8 de julho, o tempo médio gasto por dia no app era de 43 minutos e 23 segundos, mais do que WhatsApp, Instagram, Snapchat e Messenger.
A audiência do site APK Mirror, que permite que usuários fora dos Estados Unidos baixem o jogo de maneira extra-oficial, saltou de 600 mil visitas para mais de 4 milhões após o lançamento de “Pokémon Go”.
Acidentes e incidentes – O Departamento de Polícia de O’Fallon (EUA) postou um alerta no Facebook: quatro pessoas foram presas após usar um módulo de “Pokémon Go” para atrair jogadores e assaltá-los.
Uma jogadora dos EUA pulou uma cerca para capturar um Pokémon, e acabou achando o corpo de um homem, afogado.
Vários jogadores já relataram, nas redes sociais, terem tido torções de tornozelo, ficado presos em portas giratórias e trombado em árvores, por andarem olhando para o celular.
Flash – Apressados. A SimilarWeb afirma que o Brasil é o segundo país que mais baicou “Pokémon Go” pelo site APK Mirror, com os brasileiros respondendo por 8,2% do tráfego da página nos últimos 28 dias. É possível que os usuários consigam conectar temporariamente nos próximos dias, mas nada que signifique o lançamento oficial – ou seja, a disponibilidade nas lojas brasileiras Google Play e App Store. (Redação – Diversão)