Pessoas que regularmente consomem refeições preparadas em casa são menos propensas a sofrer de diabetes tipo 2, mostra uma pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Segundo os resultados, publicados na revista Plos Medicine, os benefícios nutricionais e de estilo de vida relacionados à alimentação caseira podem contribuir para esforços em prevenir a doença metabólica que acomete uma a cada 11 pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A tendência de realizar as refeições em estabelecimentos comerciais, sobretudo fast-foods, levanta preocupações de que os indivíduos que optam por esse estilo de vida tenham uma dieta rica em energia, mas pobre em nutrientes, o que causa ganho de peso e risco aumentado para o diabetes tipo 2. Essa doença crônica, caracterizada pela ineficiência do organismo em aproveitar o hormônio insulina, resulta do excesso de peso e do sedentarismo. Para saber se a alimentação caseira altera os riscos de longo prazo de diabetes e obesidade, Qi Sun e colegas utilizaram um grande banco de dados sobre o estilo de vida de profissionais de saúde dos Estados Unidos.

A análise rigorosa da coleção de informações sobre indicadores de saúde e hábitos alimentares indicou que pessoas acostumadas a consumir de cinco a sete refeições noturnas preparadas em casa durante uma semana tinham 15% menos risco de desenvolver o diabetes tipo 2 do que aquelas que consumiam duas refeições caseiras ou menos no mesmo período. O estudo sugere que os efeitos protetivos da alimentação caseira estão relacionados ao menor ganho de peso.

Crianças

Também hoje, pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, mostram, na revista Obesity Reviews, que a saúde das crianças sofre os impactos da rotina mais urbana e industrializada. Além de acompanharem os pais comendo fora de casa com frequência, os pequenos têm os hábitos alimentares moldados pela publicidade de bebidas e alimentos riscos em açúcar ou sal. Os pesquisadores examinaram 29 estudos sobre os efeitos da publicidade desse tipo de produto e, depois, analisaram as preferências dietéticas de mais de 6 mil crianças.

Segundo Behnam Sadeghirard, os hábitos alimentares dos pequenos foram influenciados logo após a exposição às peças publicitárias em filmes, revistas, embalagens com personagens cativantes e até videogames. Menores de 8 anos sofreram maior suscetibilidade em relação a prejuízos na quantidade e na qualidade de calorias consumida. É possível, acreditam os estudiosos, que eles associaram os produtos com características positivas que tentavam imitar.

“O aumento da prevalência de obesidade parece coincidir com aumentos no orçamento das indústrias de bebidas e alimentos para gastos com propaganda voltada para crianças e adolescentes, com dados mostrando alimentos ricos em energia e pobres em nutrientes, retendo a maioria dos produtos comercializados”, diz Bradley Johnston, coautor do estudo.

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