A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (1º), batizada de Sépsis, que tem como um de seus alvos a empresa JBS, dona da Friboi. A PF realizou buscas na sede da empresa e na casa dono do grupo, Joesley Batista, em São Paulo.

Outro alvo de buscas é o empresário Henrique Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas.

O único mandado de prisão expedido foi para o corretor Lúcio Bolonha Funaro, aliado de Cunha e que vinha tentando negociar um acordo de delação com a PGR (Procuradoria-geral da República). Ele foi detido nesta manhã.

No total, estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, sendo 12 em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, três em Pernambuco e dois no Distrito Federal.

A operação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavaski, relator da Lava Jato, e tem como base a delação do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A ação também tem fatos ligados a delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello

Há suspeitas de que a JBS tenha pago propina, por meio de Funaro, para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, liberados por influência de Cleto.

A empresa Eldorado Brasil Celulose, ligada ao grupo J&F, mesmo do frigorífico JBS, fez uma emissão de debêntures (títulos de dívida) de R$ 940 milhões em dezembro de 2012. O FI-FGTS aportou recursos nessas debêntures.

Como a Folha de S.Paulo revelou em abril, Cleto afirmou em sua delação que havia um esquema de pagamentos de propina para liberação de recursos do FI-FGTS e que o dinheiro era dividido entre ele, Cunha e Funaro.

O STF também autorizou busca e apreensão na casa e no escritório do lobista Milton Lyra, ambos em Brasília.

Miltinho, 44, como é conhecido, já foi citado por delatores como operador do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Postalis, o fundo de pensão dos servidores dos Correios. Quatro requerimentos para ouvi-lo foram apresentados na CPI dos Fundos de Pensão, mas não votados.

Outro lado 

Na época em que reportagens sobre a delação de Cleto foram publicadas, as defesas do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro negaram as acusações e disseram desconhecer a delação do ex-vice da Caixa Fábio Cleto.

A defesa de Funaro ainda não se manifestou após sua prisão.

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