Na guerra do impeachment, cada lado faz uma avaliação positiva do parecer dos peritos do Senado. A defesa da presidente afastada acha que a perícia ajuda a provar que Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade. Os peritos disseram que não há ligação direta com as pedaladas fiscais.
Já o PMDB e seus aliados consideram que a opinião dos técnicos de que ela assinou irregularmente decretos de liberação de crédito continua a complicar a vida da petista.
No fundo, a guerra é mais política do que técnica. O governo Temer diz ter entre 58 e 60 votos a favor do impeachment. O PT trabalha para evitar que sejam obtidos os 54 votos necessários a fim de afastar Dilma definitivamente do poder.
Até agora, as batalhas no Congresso foram vencidas por Temer. A tendência continua a ser essa.
O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer algo praticamente impossível: socorro político de Michel Temer para tentar evitar a cassação. Mas, numa reunião na noite de domingo no Palácio do Jaburu, o presidente interino deixou claro que não tem como ajudá-lo.
A avaliação do governo é que a situação política e jurídica de Cunha piorou muito e que dificilmente ele escapará da cassação. Cunha nega o encontro, mas o Palácio do Planalto suspeita que o próprio presidente afastado da Câmara tenha vazado a reunião porque não obteve o suporte que desejava.
Então, teria resolvido tornar público o encontro para demonstrar que ainda tem proximidade com Temer e deixar o presidente interino numa situação desconfortável, obrigando o Palácio do Planalto a falar em discussão do cenário político. (Blog do Kennedy)