O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou nesta quinta-feira (23) que a visita que fez na terça-feira (21) ao juiz Sérgio Moro, no Paraná, represente qualquer tipo de interferência ou pressão nas investigações da Lava Jato. Ele disse que esteve com Moro para oferecer infraestrutura e recursos humanos a fim de que a Lava Jato continue. Alexandre de Moraes refutou ainda qualquer ligação do encontro com a Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira.

“Na qualidade de ministro da Justiça, compareci a Curitiba numa visita institucional de apoio e de oferecimento de infraestrutura e recursos humanos para que a operação continue fazendo esse trabalho. Não há nenhuma relação com a operação de hoje”, disse ele, ao ser questionado por jornalistas. “E não precisa nem de muita inteligência; basta pouca inteligência para verificar que a data dos mandados de busca e apreensão e de prisão foram anteriores à visita.”

O ministro classificou de “fofoca” qualquer ilação sobre isso. “Fiquei sabendo agora dessa notícia porque, em vez de ficar fazendo fofoca, estou desde as 8h trabalhando. Quem fala isso está cometendo um absoluto desrespeito à Justiça, ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Não há nenhuma relação da minha visita institucional de apoio à Lava Jato [à operação de hoje]. Provavelmente, o que tenha deixado desconfortável essas pessoas que disseram isso é que o governo anterior jamais apoiou institucionalmente a Lava Jato e o combate à corrupção. O governo do Temer apoia totalmente o combate à corrupção e à Lava Jato, e não tem vergonha, como o governo anterior, de dizer isso”, disse o ministro após participar da reunião do núcleo institucional do governo federal.

Supremo

Após participar da cerimônia de sanção da Lei que disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção individual e coletivo, o ministro do STF, Gilmar Mendes classificou de “lenda urbana” qualquer afirmação de que a Lava Jato estaria sofrendo interferências. “É uma lenda urbana [essa de] que poderia haver interferência de governo ou que essas investigações dependeram da boa vontade ou não de governo. Hoje temos instituições fortemente independentes: Judiciário e Ministério Público.”

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