A economia brasileira ficou praticamente estagnada em abril nas contas do Banco Central, mas voltou para o campo positivo após 15 meses de queda. Segundo o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), a atividade econômica registrou variação positiva de 0,03% na passagem de março para abril, descontando os efeitos sazonais. Já em 12 meses, a taxa está no vermelho em 5,41%.
Com o resultado positivo de abril, o índice encerra uma sequência de 15 meses seguidos no território negativo. A última vez em que o IBC-Br tinha registrado aumento foi em dezembro de 2014.

O Produto Interno Bruto (PIB) é mais complexo que o índice do BC, que é considerado apenas um indicador antecedente e foi criado para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia. O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).

Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.

Apesar da taxa positiva, o resultado veio pior que o resultado pelo mercado. Economistas consultados pela agência Bloomberg esperavam uma alta de 0,25%. Em março, o IBC-Br recuou 0,36%.
A consultoria Rosenberg & Associados destacou que o desempenho de abril refletiu tanto a melhora na indústria como no comércio, na margem. “Mas ainda é cedo para cantar vitória. O fundo do poço da atividade econômica parece estar se aproximando, porém só deve ocorrer no terceiro trimestre”, apontou o texto. Já o banco Fator destacou que os dados do IBC-Br nos quatro primeiros meses do ano “ainda indicam forte contração na atividade”, mas que a tendência é de piora mais lenta.

PIB CAIU 0,3% NO PRIMEIRO TRIMESTRE

Pelos dados do IBGE, que calcula oficialmente o desempenho da economia brasileira, o PIB encolheu 0,3% no primeiro trimestre na comparação com os três últimos meses do ano passado. Este é o quinto resultado trimestral negativo seguido, mas veio melhor que o esperado pelo mercado. Em relação a igual período do ano anterior, a queda foi bem mais intensa, de 5,4% — oitavo tombo consecutivo nesta comparação. Já o resultado acumulado em 12 meses registrou variação negativa de 4,7%. Este é o pior resultado acumulado em quatro trimestres desde o início da série histórica do IBGE, em 1996. Em valores correntes, o PIB ficou em R$ 1,47 trilhão no primeiro trimestre.

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