A demonstração de força veio após o chefe das Forças Armadas ameaçar um golpe militar

Um dia depois de o chefe das Forças Armadas do Zimbábue ameaçar conduzir uma intervenção militar no país, veículos militares e dezenas de policiais e soldados atravessaram as ruas da capital Harare. A demonstração de força é uma reposta à destituição do vice-presidente na semana passada.

Segundo testemunhas, os veículos blindados e os soldados foram vistos atravessando uma das principais rodovias que levam à Harare na tarde desta terça. Horas depois, outro grupo de militares e seus tanques fez o mesmo caminho, de acordo com o jornal The Guardian.

A movimentação militar na capital levantou ainda mais suspeitas de que um golpe militar pode estar próximo. Na segunda-feira, o chefe das Forças Armadas, general Constantino Chiwenga, ameaçou intervir no governo local, afirmando que estava pronto para agir e acabar com a hegemonia do partido governista União Nacional Africana. “Devemos lembrar aqueles que estão por trás desses traidores que, quando se trata de proteger nossa revolução, os militares não hesitarão em intervir”, declarou em uma coletiva de imprensa.

O governo do presidente Robert Mugabe reagiu imediatamente e acusou Chiwenga de traição. Em um comunicado, o União Nacional disse que as declarações do general foram “calculadas para perturbar a paz nacional e incitar a insurreição”. O partido disse ainda que não sucumbirá a ameaças militares e que a força da política é mais forte dos que das armas.

Na semana passada, o vice-presidente Emmerson Mnangagwa foi acusado de “deslealdade e pouca honradez na execução dos seus deveres” e destituído do cargo. Mnangagwa já tinha sido apontado nas eleições de 2018 como o mais forte sucessor de Mugabe que, aos 93 anos, governa o Zimbábue desde 1980. Com a destituição, a primeira-dama Grace Mugabe desponta como ser a escolha mais provável.

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