O goleiro Bruno Fernandes vai voltar ao futebol. O mandante do assassinato da modelo Eliza Samudio, ocorrido em 2010, acertou contrato para representar o Poços de Caldas-MG na terceira divisão do Campeonato Mineiro do ano que vem.
Em 18 de julho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu progressão de pena a Bruno e ele teve direito ao regime semiaberto. Uma das exigências do juiz Tarciso Moreira de Souza, inclusive, era que o goleiro trabalhasse.
A informação foi divulgada pelo Jornal Mantiqueira, de Poços de Caldas, na Região Sul do estado.
Pelas redes sociais, o Poços de Caldas já comemorava, durante a semana, a concretização de “uma grande contratação”. “Nosso trabalho é um trabalho social, dando oportunidade para todos. Em breve, estaremos anunciando uma grande contratação. E de meus agradecimentos a todos (sic)”, informou o clube.
Em outro post, a agremiação garantiu que voltaria às atividades neste mês. Informou, ainda, que a atual administração daria “oportunidades para todos aqueles que almeja (sic) ser um atleta profissional”.
Segundo a decisão judicial que concedeu o regime semiaberto ao goleiro, Bruno deve ficar em casa no período entre 20h e 6h. A decisão anulou a falta grave cometida pelo réu, aplicada devido à matéria publicada pela TV Alterosa Sul de Minas, na qual o ex-jogador do Atlético é flagrado em um bar na companhia de mulheres e com uma lata de cerveja em cima da mesa.
Ainda de acordo com o documento, Bruno “satisfaz as exigências subjetivas e objetivas para a concessão da progressão de regime para o semiaberto”. O magistrado também ressaltou que o goleiro “já cumpriu o lapso temporal necessário da pena imposta no regime fechado”. O juiz destaca, ainda, que a “conduta carcerária” do ex-jogador lhe garante a “reinserção à vida social”.
Possível obstáculo
Uma exigência do juiz Tarciso Moreira de Souza, no entanto, pode atrapalhar os planos de Bruno Fernandes. Conforme o documento que garantiu ao goleiro a progressão de pena, ele não pode deixar a comarca de Varginha sem prévia autorização do Poder Judiciário.
Por isso, Bruno pode ter dificuldades para treinar no município de Poços de Caldas, distante 154 quilômetros de Varginha. O mesmo vale para as partidas fora de casa.
A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça para verificar a questão na noite desta terça-feira. Por meio de nota enviada às 11h21 desta quarta-feira, o órgão informou que a defesa de Bruno ainda não protocolizou nenhum pedido junto à comarca de Varginha sobre a possibilidade de ele atuar em Poços de Caldas.
“Quando (e se) o pedido da defesa do goleiro chegar, o Ministério Público deverá se manifestar sobre o pedido, para então o juiz Tarciso Moreira de Souza decidir”, informou o TJMG. “A decisão do juiz Tarciso Moreira de Souza, de 18 de julho de 2019, sobre o semiaberto do goleiro, inclui, entre as condições para o semiaberto domiciliar, os seguintes pontos: demonstrar, no prazo de 30 dias, que se encontra trabalhando ou justificar a impossibilidade; em caso da não comprovação de trabalho, deverá prestar serviço em obra, ou instituição pública ou entidade conveniada”, pontua.
Ainda segundo o TJMG, em regra, desde que demonstrem em juízo que procuraram emprego e não conseguiram, e ouvidos pelo Ministério Público, os presos do semiaberto podem ter o prazo prorrogado para conseguir o trabalho.
Boa Esporte 
Esse será o segundo retorno do goleiro ao futebol depois do caso Eliza Samudio. Em 2017, quando ele obteve liberdade graças a uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), Bruno acertou contrato com o Boa Esporte.
Ele atuou em poucas partidas até ter a liminar revogada e precisar retornar à prisão. À época, o Boa Esporte chegou a perder patrocinadores que ficaram descontentes com a contratação de Bruno.  (Fonte: Estado de Minas)

Leave A Reply