A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizou uma série de expedições a regiões estratégicas das bacias hidrográficas dos rios Mearim e Itapecuru, no Maranhão. O objetivo foi coletar dados primários das principais nascentes e fontes de recargas hídricas dos rios mais importantes para a elaboração dos Planos Nascentes Mearim e Itapecuru. No total, foram percorridos mais de 20 mil quilômetros em 45 dias de pesquisas de campo, distribuídos em cinco expedições ao longo dos últimos meses. A equipe foi composta por técnicos da sede da empresa, em Brasília, e da 8ª Superintendência Regional, sediada em São Luís.
Os materiais colhidos de nascentes e áreas de recargas hídricas, unidades de conservação, reservas indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais, além de dados socioeconômicos, foram registrados por meio de georreferenciamento, fotografias, entrevistas, relatórios, entre outros documentos técnicos.
O presidente da Codevasf, Avelino Neiva, destaca que os dados integrarão os Planos de preservação e recuperação de nascentes das bacias dos rios Mearim e Itapecuru. “A Codevasf está consolidando o Plano Nascente Mearim e o Plano Nascente Itapecuru. Os documentos reúnem a experiência do corpo técnico da empresa e vão propor intervenções em nascentes e áreas estratégicas essenciais para a manutenção das bacias, entre outras ações de uso sustentável na região. São dados significativos, alguns inéditos, que serão lançados neste ano pela Companhia”, revela.
Nas expedições, a primeira atividade foi localizar onde estavam as nascentes principais dos rios Mearim e Itapecuru, e dos afluentes mais importantes – como os rios Grajaú, Grajauzinho, Flores, Corda, Pindaré, do primeiro; e Alpercatas, Peritoró, Pucumã, Codozinho, Itapecuruzinho, do segundo. O levantamento feito pela Unidade de Suporte Geotecnológico da Codevasf somou a existência de cerca de 2,5 mil nascentes na bacia do rio Mearim e 1,5 mil nascentes na bacia do rio Itapecuru.
“Diferente das bacias dos rios São Francisco e Parnaíba (onde a Codevasf atua há mais tempo), as bacias do Mearim e do Itapecuru têm, em comparação, poucos dados publicados: científicos, socioeconômicos e, principalmente, dados hidrológicos. Em geral, os conhecimentos existentes eram pontuais, não abordando as bacias como um todo. Fomos ‘garimpar’, com muito esforço, percorrendo grandes distâncias no estado. Foi uma colcha de retalhos que fomos somando para obter o máximo de dados possíveis”, afirma o engenheiro de pesca da Codevasf e coordenador das expedições, Eduardo Motta.
Ao encontrar e registrar a localização das nascentes principais, os técnicos observaram o nível de conservação ou de degradação delas. “Para nossa surpresa, encontramos muitas áreas extremamente degradadas. Às vezes, por não saberem que era uma área de preservação permanente ou por não conhecerem a importância das nascentes, algumas pessoas ocuparam, desmataram e queimaram as áreas para transformá-las em pastagem. Imaginávamos encontrar a natureza plena, preservada, mas encontramos grande parte destruída, em avançado estado de degradação”, aponta o engenheiro de pesca.
A equipe da Codevasf verificou ainda que os rios maranhenses recebem uma grande quantidade de esgoto sem tratamento, o que tem aumentado a carga de poluição nos recursos hídricos. Segundo os técnicos, foi possível constatar que o volume de água dos rios também está diminuindo e que isso já é visível tanto pelo assoreamento como pelos relatos ribeirinhos – sejam pescadores, canoeiros, usuários de forma geral. (Fonte: Codesvasf)

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