A Justiça Federal de Santa Catarina determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preste depoimento no processo administrativo envolvendo o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
A decisão, assinada pelo juiz Eduardo Kahler Ribeiro, da 4ª Vara Federal, na segunda-feira (14), responde a um pedido da defesa de Vasques, que argumentou que o depoimento presencial garantiria melhor o direito de defesa. A informação foi adiantada pelo Estadão.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres também foi convocado para depor como testemunha de defesa e prestou depoimento na segunda-feira (15). Vasques é investigado pela Corregedoria-Geral da União (CGU) por improbidade administrativa.
O órgão questiona a atuação dele durante as eleições de 2022. Na época, ele fez declarações públicas a favor da reeleição de Bolsonaro, o que pode levar à cassação de sua aposentadoria na PRF.
O processo administrativo se desenrola em meio a outras investigações, incluindo uma no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte apura possível interferência da PRF no segundo turno das eleições presidenciais.
Na ocasião, ele teria ordenado operações de fiscalização em rodovias do Nordeste, onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tradicionalmente obtém forte apoio.
A alegação era de coibir o transporte irregular de eleitores, mas a ação levantou suspeitas de tentativa de obstrução do voto. Preso em agosto de 2023 e solto cerca de um ano depois por decisão do ministro Alexandre de Moraes, Vasques permanece com restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de acessar redes sociais.