Anunciado pelo governo federal como uma poupança para estudantes de baixa renda, o programa Pé-de-Meia foi detalhado em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (26/01).

Tendo como público-alvo alunos do ensino médio, o auxílio pagará, ao final dos três anos do curso, um total de R$ 9,2 mil aos estudantes que comprovarem assiduidade nas aulas e prestarem o Enem ou o Encceja, exame para jovens e adultos que não concluíram o Ensino Fundamental ou Ensino Médio na idade adequada.

O governo federal prevê um investimento anual de R$ 7,1 bilhões, com cerca de 2,5 milhões de estudantes beneficiados – a título de comparação, o Bolsa Família terá em 2024 orçamento de quase R$ 170 bilhões.

Os principais objetivos do programa são promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público, em todas as suas modalidades. A seguir, confira detalhes de como vai funcionar o programa.

Quem pode solicitar o auxílio

Em 2024, podem solicitar o auxílio Pé-de-Meia estudantes de 14 a 24 anos de baixa renda, matriculados no ensino médio regular das redes públicas no início do ano letivo, pertencentes a famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), com preferência para aqueles cuja renda familiar per capita mensal for igual ou inferior a R$ 218. Também é preciso ter um número de CPF.

Para a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), podem se inscrever estudantes de 19 a 24 anos. As regras de elegibilidade para estes alunos serão detalhadas posteriormente.

Quais são os valores

Os valores serão depositados em conta bancária aberta em nome do beneficiário. O montante é pessoal e intransferível e será dividido em quatro categorias:

  • Matrícula: R$ 200 a cada ano, quando o estudante comprovar a matrícula no ano escolar correspondente. Este dinheiro poderá ser usado imediatamente.
  • Frequência: nove parcelas de R$ 200, totalizando R$ 1,8 mil por ano, se o aluno tiver frequência escolar mínima de 80% do total de horas letivas, aferida pela média anual ou pela frequência mensal do estudante. As parcelas também poderá ser sacadas a cada mês.
  • Conclusão: parcela única de R$ 1 mil a cada ano do ensino médio concluído, em uma espécie de poupança. O montante total de R$ 3 mil poderá ser sacado apenas ao final do terceiro ano do ensino médio, mediante apresentação do certificado de conclusão do curso.
  • Avaliação: no terceiro ano do ensino médio, os alunos também terão direito a uma parcela única de R$ 200, caso comprovada a participação nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e, quando houver, nos exames aplicados pelos sistemas de avaliação externa dos entes federativos para o ensino médio.

Os valores não entrarão no cálculo para declaração de renda familiar e recebimento de outros benefícios, como Bolsa Família.

Quais os objetivos

O novo programa educacional tem como grandes objetivos promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público.

Para isso, segundo o governo federal, visa democratizar o acesso dos jovens ao ensino médio, mitigar os efeitos das desigualdades sociais na permanência e na conclusão do ensino médio, reduzir as taxas de retenção, abandono e evasão escolar, contribuir para a promoção da inclusão social pela educação, estimular a mobilidade social e promover o desenvolvimento humano.

De acordo com o governo, é no ensino médio que ocorrem os maiores índices de evasão e abandono, principalmente no primeiro ano. Dados do Censo Escolar mostram que cerca de 500 mil alunos abandonam o ensino médio todos os anos.

le/ra (ots, Agência Câmara)

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