O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será submetido, na manhã desta sexta-feira (29/9), a uma cirurgia no quadril que exigirá anestesia geral e demandará recuperação que vai durar algumas semanas, durante as quais o petista deve trabalhar de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada. O procedimento será realizado no hospital particular Sírio-Libanês em Brasília, onde ele chegou por volta das 8h, ao lado da primeira-dama, Janja.

Lula sofre de artrose há alguns anos e começou a sentir dores mais fortes em agosto do ano passado, em plena campanha eleitoral. A situação foi se agravando nos últimos meses e o presidente falou no assunto em várias ocasiões, deixando claro que se preocupou com a fragilização de sua imagem pública devido ao problema de saúde.

“Durante o processo da campanha, naquela cena que vocês me viam pulando no carro de som, vocês não sabem a dor que eu sentia. Mas eu pulava, porque era preciso animar as pessoas. Se o candidato está lá, de cabeça baixa, ele não passa otimismo para a sociedade”, relatou Lula na última terça (26/9), em sua live semanal.

“Depois, eu queria operar logo depois das eleições. Mas aí pensei: ‘Bom, se eu operar agora, vão dizer que Lula está velho, ganhou a eleição e já está internado’”, seguiu o presidente, que também mostrou preocupação sobre sua imagem durante a recuperação.

Ao relatar, nesta semana, que seu fotógrafo oficial, Ricardo Stuckert, disse que não registraria imagens do petista de andador, Lula falou: “Vocês não vão me ver de andador, não vão me ver de muleta. Vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sido operado”.

A fala resultou em polêmica, por ter sido considerada preconceituosa com quem depende de andadores e muletas. A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), que é tetraplégica e milita pela causa das pessoas com deficiências, disse: “Lula tem uma visão distorcida e capacitista sobre as pessoas com deficiência. Caminhar, seja com andador, muleta ou cadeira de rodas, não enfeia ninguém, tampouco subtrai o potencial do ser humano”.

Como será o procedimento

O presidente Lula passará por uma cirurgia chamada artroplastia total do quadril, do lado direito, com anestesia geral. Na prática, ela consiste na substituição da articulação lesionada por uma prótese.

O chefe do Executivo federal tem artrose no quadril há muitos anos, e a condição é caracterizada pelo desgaste da articulação do fêmur e da bacia. Com a deterioração das cartilagens que revestem a região, o paciente sente dor e tem limitação de movimentos.

Segundo especialistas, a cirurgia oferece melhor qualidade de vida aos pacientes, que têm redução expressiva da dor, diminuição da rigidez com o movimento próximo ao normal, aumento da capacidade e da distância de caminhada e melhora significativa para realizar a maioria das atividades de vida diária.

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