O deputado federal Felipe Becari (União-SP) apresentou curioso projeto de lei na Câmara na última semana para definir que a expressão “vira-lata caramelo” se torne manifestação cultural imaterial do Brasil. O projeto de lei tem apenas esse artigo e outro que define que a lei entra em vigor na data que for publicada.

Na justificativa do projeto, Felipe Becari afirma que a expressão está arraigada em nossa cultura e é destinada a identificar “um dos cachorros mais populares e amados do Brasil”.

No texto ele detalha o que são os vira-latas caramelos (animais de porte médio, pelo curto e a pelagem em tons de marrom e predominância de preto no focinho). “Seus olhos são marcantes e simpáticos. O que torna esses animais especiais é a sua mistura de raças, que resulta em uma grande variedade de características físicas e comportamentais”, diz Becari.

O parlamentar ainda afirma que “além de serem muito bonitos, os vira-latas caramelos são também conhecidos por sua inteligência e carinho”.

O projeto inclui outros vários elogios aos vira-latas caramelo, chamados de ativos e leais. Becari afirma que “outra grande vantagem” é que eles são “animais muito saudáveis, resistentes a doenças”.

Apesar disso, diz ele, há “preconceito” contra os vira-latas caramelo, pois algumas pessoas “os consideram menos nobres do que os cães de raça pura”.

O deputado cita também dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmando que existem 30 milhões de animais abandonados no Brasil e atribui ao vira-lata caramelo uma mudança de cenário. “Cães que antes eram ignorados em feiras de adoção, graças a essa popularização, passaram ser vistos com outros olhos”.

“Assim, o vira-lata caramelo é um símbolo da cultura brasileira e está presente em diversos aspectos da sociedade. Desde a música até a literatura, esses cães têm um lugar especial na cultura popular do país.

Além disso, os vira-latas caramelo também são presença constante em filmes, novelas e séries brasileiras. Eles costumam ser retratados como animais leais, inteligentes e corajosos, o que ajuda a desmistificar a ideia de que os cães de raça pura são superiores”.

O projeto lembra, ainda, que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define como patrimônio imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos objetos, artefatos e lugares culturais que lhe são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”.

Comments are closed.