O peixe surubim ou pintado foi incluído, pela primeira vez, pelo Ministério do Meio Ambiente, na lista de animais ameaçados de extinção. A medida, publicada no início desse mês, passa a valer a partir do próximo dia 5 de setembro. Isso quer dizer que, agora, a pesca desse peixe ficará proibida em todo o Brasil, incluindo a atividade esportiva do “pesque e solte”.

Essa espécie de peixe pode ser encontrada em grandes bacias, como São Francisco, Paraná, Paraguai e Uruguai e é comum vários países da América do Sul, além do Brasil.

Apesar de algumas críticas de setores que defendem que a pesca do Pintado é importante para economia e turismo de alguns estados, a decisão é resultado de uma análise técnica do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que usa, inclusive, critérios internacionais de risco de extinção.

De acordo com Luciana Carvalho Crema, coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental do ICMBio, é preciso saber diferenciar essa espécie de outras que também são chamadas de “surubim”.

“O surubim ameaçado é o popularmente chamado de pintado. A cachara (espécie distinta, mas também do gênero Pseudoplatystoma) apesar de ser chamada de ‘surubim’ nãoestá na lista. Os surubins do Doce, do Paraíba do Sul, que pertencem a outro gênero de bagre, o Steindachneridion, estão ameaçados. Ou seja, é necessário diferenciar essas espécies’”, conta.

A decisão de listar o pintado como peixe ameaçado de exintção é resultado de uma extensa análise técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que aplica os critérios de risco de extinção do método da IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza), aceitos internacionalmente e utilizados por mais de 100 países.

“Esses critérios avaliam diferentes aspectos da biologia das espécies, desde a distribuição geográfica até as reduções das populações. O fato de o surubim ter sido classificado como uma espécie ameaçada de extinção tem a ver com a redução das populações, principalmente nas bacias do São Francisco e do Paraná“, explica Luciana.

A Lista Oficial das Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção avaliou mais de 5 mil espécies da flora e outras 8,5 mil da fauna brasileiras.

Apesar da entrada de 219 novas espécies na Lista, o ICMBio afirma que há motivos para comemoração: 220 tiveram melhora em seu estado de conservação, indo para categorias de menor risco; e outras 144 espécies saíram da Lista.

Como o Brasil possui aproximadamente 20% das espécies existentes no mundo, a Lista Oficial brasileira é um dos maiores esforços em avaliação da biodiversidade empreendidos em nível global.

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