O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu no inquérito das milícias digitais duas investigações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por declarações sobre a segurança das urnas. A decisão é desta terça-feira (10) e atende a pedido da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal.

Todos os procedimentos são relatados por Moraes. O inquérito das milícias digitais investiga uma organização criminosa com forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação e financiamento para atacar o Estado Democrático de Direito.

Já as duas investigações contra Bolsonaro também atingem o ministro da Justiça Anderson Torres. São dois procedimentos abertos após o presidente compartilhar informações falsas sobre as urnas eletrônicas durante uma transmissão nas redes sociais em 29 de julho de 2021.

Na live, Bolsonaro, Torres e outras pessoas apresentaram o que seriam indícios de fraudes e manipulações de votos em eleições, em supostas vulnerabilidades do sistema eleitoral.

Em fevereiro, Moraes já havia autorizado o compartilhamento de provas entre as duas investigações. No mesmo mês, o conteúdo foi compartilhado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Relatório da PF

O relatório da PF identificou a autoria e a participação do presidente e do ministro na “preparação e difusão de informações sabidamente falsas”.

Ao concluir a apuração, a delegada Denisse Ribeiro entendeu que a busca por informações para desacreditar o sistema eleitoral é mais um evento relacionado à organização criminosa investigada no inquérito das milícias digitais.

Segundo a delegada, a live presidencial foi realizada com o “nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação” e “alimenta teorias que promovem fortalecimento dos laços que unem seguidores de determinada ideologia dita conservadora”.

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