Após um dia de sua visita ao Ceará, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua sua série de viagens para inaugurar e anunciar obras hídricas em dez estados. Nesta quinta-feira, 21, o presidente estará em Pernambuco para a inauguração do Ramal do Agreste, na cidade de Sertânia, no entanto, a obra ainda não está apta a distribuir água.

De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, o Ramal que será inaugurado na tarde de hoje, pelo mandatário, depende ainda da conclusão de obras da Adutora Agreste. Enquanto a conexão com o complexo desta adutora não for concluída, o Ramal Agreste não funcionará.

Em nota, o governo de Pernambuco, alegou que a construção não foi finalizada porque Bolsonaro teria vetado, em abril, o repasse de R$ 161 milhões para essa finalidade. “Em todo o ano de 2021, nenhum único centavo foi repassado ao Governo de Pernambuco para o andamento das adutoras”, disse a gestão de Paulo Câmara (PSB), governador do estado.

A gestão ainda explica que a falta de transferências de recursos ao governo estadual fez com que o ritmo das obras fosse reduzido, “por conta da incerteza na disponibilidade financeira por parte do Governo Federal e não por conta da ordem de execução dos trabalhos”.

Já o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), de Rogério Marinho, fez críticas à sequência de execução dos trechos da Adutora do Agreste e acrescentou que a obra recebeu R$ 248,2 milhões do ministério em 2019 e 2020. A pasta afirmou em nota, que a administração estadual começou os trabalhos de construção “do fim para o início”. “Caso o governo do estado tivesse executado prioritariamente este trecho, com a conclusão do Ramal do Agreste, a água do Projeto São Francisco chegaria aos municípios contemplados nesta etapa da Adutora”, informaram.

Ainda sobre os repasses, o ministério afirmou, após verificações internas, que “em agosto de 2021, a pasta apurou a existência de R$ 47 milhões repassados pela União, mas não executados no caixa do Governo Estadual”. A nota não fez menção, no entanto, ao veto dos recursos por Bolsonaro, mas reforçou que o “MDR e o Ministério da Economia estão em tratativas para tentar viabilizar novos repasses”.

O Ministério do Desenvolvimento Regional também fez acusações ao governo de Pernambuco por omitir em suas divulgações que “90% dos recursos da Adutora do Agreste são repassados pelo governo federal”.

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