O YouTube afirmou nesta quarta-feira (21) que removeu vídeos do presidente Jair Bolsonaro da plataforma por disseminarem desinformação sobre a Covid-19. Em nota, a rede social afirmou que, “após análise cuidadosa”, decidiu remover os conteúdos por violarem “políticas de informações médicas” da plataforma. Foram apagados vídeos publicados neste ano e no ano passado.

“Nossas regras não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e/ou ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19; garante que há uma cura para a doença; ou assegura que as máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus”, diz a nota.

Segundo a política do YouTube sobre a Covid-19, publicada em 20 de maio de 2020, a rede social não permite conteúdo sobre a Covid-19 que apresente “sérios riscos de danos significativos” ou “que dissemine informações médicas incorretas que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou das autoridades locais de saúde sobre a Covid-19”.

“Essas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos nossas políticas conforme as mudanças nessas orientações”, disse a plataforma na nota desta quarta.

O YouTube deixou claro que aplica suas políticas de forma consistente, “independentemente de quem seja o produtor de conteúdo ou de visão política”.

A plataforma não informou quantos vídeos foram removidos. A rede social já havia apagado 12 conteúdos do canal do presidente em maio, por violarem a mesma regra que proíbe a recomendação de cloroquina e ivermectina contra a Covid-19, e outros cinco vídeos antes disso.

Polêmicas lives semanais

O canal do YouTube de Bolsonaro abriga suas polêmicas lives semanais. Numa delas, no fim de fevereiro, ele mencionou uma pesquisa alemã distorcida para criticar o uso de máscaras.

Além disso, o presidente usou as lives, que também são veiculadas em sua página no Facebook, para defender insistentemente medicamentos como a cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina e a ivermectina como tratamentos contra a Covid-19, remédios sem eficácia comprovada contra a doença; minimizar a gravidade da pandemia; e criticar medidas de distanciamento social.

Um dos vídeos removidos pelo YouTube é o da live do presidente de 27 de maio, na qual ele defendeu a cloroquina e propôs que chás usados por indígenas fossem usados no tratamento da Covid-19, também sem eficácia comprovada contra a doença.

No ano passado, o Twitter e o Facebook também removeram vídeos postados nas contas de Bolsonaro por violarem seus termos de uso após o presidente se pronunciar contra recomendações de especialistas em saúde pública internacionais.

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