O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), revelou nesta sexta-feira (23) que o governo Bolsonaro entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski que permite o estado aplicar a vacina Sputnik V a partir de quarta-feira (28), caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não se manifeste até a mesma data a respeito de pedido de liberação protocolado no final de março. A movimentação jurídica de Brasília pode afetar também Ceará, Amapá e Piauí.
“O governo federal não quer o prazo de 28 de abril. Alegam que precisam de mais tempo pra analisar a documentação. Nós discordamos. Ou você diz sim ou diz não, de modo fundamentado. Mas protelar, adiar indefinidamente não tem razão de ser”, disse Flávio Dino em entrevista coletiva, avisando que o governo dele já se manifestou no Supremo pela permanência no prazo de 28 de abril.
O pedido junto à Anvisa para a importação e uso emergencial foi feito pelo governo maranhense no dia 29 de março e ainda não recebeu qualquer resposta. Diante da demora, Flávio Dino levou o caso ao STF, onde Lewandowski deferiu liminar dando 30 dias para a Anvisa se posicionar, a contar da data da solicitação feita pelo estado nordestino.
“Estamos lutando para que o Plano Nacional de Imunização seja fortalecido. A nossa atitude é colaborativa”, acrescentou Flavio Dino. “Me insiro naqueles que fazem oposição ao governo federal, porém, nunca adotei uma atitude de sabotagem em relação a parcerias úteis pra a nossa população. A Sputnik vem sendo aplicada em muitos países do planeta, como na vizinha Argentina, que baseia seu plano de imunização nessa vacina, aplicada em mais de 60 países.”