A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vota nesta quarta-feira (23) o impeachment do governador afastado Wilson Witzel . Caso dois terços dos 70 deputados, ou 47 votos, sejam favoráveis, a denúncia será enviada ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ) para a formação de uma comissão mista de julgamento. Esse grupo, que dará a palavra final sobre a cassação de Witzel em até 180 dias, será conduzido pelo presidente do TJ e formado por cinco desembargadores sorteados e cinco deputados eleitos pela Alerj no dia 29.

A sessão começa às 15h e deve se arrastar até a noite com a discussão dos deputados. Depois será a vez da defesa. Witzel fará um pronunciamento para rebater as acusações antes da abertura da votação. O gesto, no entanto, não deve alterar o quadro favorável ao impeachment. Mesmo deputados próximos do ex-juiz devem votar a favor.

Para o cientista político Maurício Santoro, da Uerj, o discurso de Witzel deve mirar um futuro político hoje improvável. Ele lembra, porém, casos como o do ex-presidente Fernando Collor, cassado em 1992, que voltou à política como senador em 2006.

“É raro você ter no Brasil uma carreira política encerrada por escândalo. Ele deve encarnar o papel do homem comum derrubado por mexer com interesses. Passados alguns anos, pode pleitear uma vaga no Legislativo, por exemplo”, afirma.

Opositores e antigos aliados votarão contra governador

Deputado Luiz Paulo (PSDB)

“Expectativa é de ampla margem pelo impeachment. A defesa não tem muito o que acrescentar. O que vimos com as últimas revelações foi uma aliança político-empresarial corrupta que tramou a candidatura para roubar, o governo que assumiu não tinha rumo. Foi uma renovação para pior. Temos que botar pra fora.”

Deputado Léo Vieira (PSC)

“Tivemos avanços na segurança, no aumento dos efetivos na Baixada Fluminense, índices de violência que caíram, mas isso não dá o direito de ter um governo com irregularidades e ilegalidades. Nossa expectativa era ter outro cenário, e infelizmente nos deparamos com algo que já vinha acontecendo, foi uma frustração.”

Deputado Dionísio Lins (PP)

“Acredito na honra do governador, mas a meu ver ele foi usado. Não foi falta de aviso, alertamos que as coisas não iam bem. No começo da pandemia sugeri um reforço no hospital da Santa Casa, mas negaram dizendo que era muito caro e fizeram hospitais de campanha. Ali já era uma ação da máfia que estava instalada.” (Agencia O Globo)

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