Os dias de glória continuam ativos para Ana Marcela Cunha, maior nome da maratona aquática brasileira. No mês de dezembro, ela precisou correr contra o tempo para não ser ausência do Prêmio Brasil Olímpico, quando foi eleita a melhor atleta do ano por uma comissão especializada.
A cerimônia aconteceu no mesmo dia da sua chegada da China, onde conquistou o Circuito Mundial da modalidade pela quarta vez. O prêmio no Rio de Janeiro coroou um ano praticamente perfeito, quando ganhou boa parte das competições que participou. Outra coroação foi ter sido eleita a melhor atleta da sua modalidade no mundo, pela quinta vez. “Estes reconhecimentos mostram que o trabalho é consistente e regular. Foi algo justo, mas que envolve também a participação de muita gente nos bastidores, que atuam por trás destas medalhas. Tem muitas pessoas que trabalham conosco e fazem a diferença, técnico, preparador físico, nutricionista, psicólogo, entre outros. Sem eles, nada disso teria sido possível”, reforça.
Nos últimos anos, Ana Marcela se acostumou a ter a disputa sadia de Poliana Okimoto nas competições. A brasileira era sua maior concorrente, dentro e fora do país, e pendurou a touca pouco depois de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
“Desde 2006 que a gente travava estas disputas. Uma cresceu muito com a presença da outra, sempre buscando ser melhor. Foi uma das rivais mais saudáveis que tive nas águas, agora esta posição é de atletas de outros países. O meu nível e o dela só aumentava quando a gente estava na mesma raia, era algo muito positivo. Isso me ajudou a ver o que é preciso para ir bem em etapas da Copa do Mundo e também do Mundial”, explica.
A posição de maior concorrente no Brasil, agora, é de Viviane Jungblut, a Vivi, que já mostra estar mais próxima de Ana Marcela do que as outras meninas da modalidade. “A gente está mais na frente no cenário nacional, ela é de uma nova geração e está crescendo muito, já fez um belo papel no Circuito Mundial deste ano . Torço muito pra sua evolução porque sei que isso também vai me fazer crescer ainda mais. Quando eu parar, ela é a maior candidata para representar bem o país. É muito importante termos novas atletas na maratona aquática, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) mostra estar trabalhando pra isso, já de olho nestes novos talentos da modalidade”, revela.
Atleta admite ter sido a favor de mudança na CBDA
Ana Marcela Cunha ainda vê o atual momento como precoce para analisar a nova gestão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), que tem um novo presidente há pouco mais de um ano.
No entanto, ela admite que mudanças eram mais do que necessárias. “Quando as coisas não vão bem, é preciso alterar o panorama. As modalidades aquáticas precisavam ser bem vistas e era o momento de algo novo. O novo presidente ainda tem muitas coisas para acertar, não sei se eu sou a melhor pessoa para falar deste assunto”, comenta a atleta.
Duplo mérito reconhecido
Garantida
Na última prova do ano do Circuito Mundial, Ana Marcelo comprovou sua regularidade ao terminar com a medalha de bronze na prova de 10km. Os pontos somados fizeram com que ela não pudesse ser mais alcançada pelas adversárias. No etapa de despedida, seria necessário apenas que ela largasse para garantir a posição mais alta do pódio ao final da temporada. Ana Marcela já havia vencido a competição nos anos de 2010, 2012 e 2014.
Técnico foi ‘na onda’
O trabalho de Ana Marcela também ‘respingou’, com méritos, na sua equipe. O treinador Fernando Possenti foi eleito, no Prêmio Brasil Olímpico, o melhor treinador de esportes individuais, que ganhou o nome de Jesus Morlán, técnico espanhol do canoísta Isaquias Queiroz, falecido em novembro de 2018. Fernando também foi eleito o melhor técnico de maratona aquático do ano pela Federação Internacional de Natação (FINA).

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