Fernando Haddad recebeu o apoio de centenas de juristas | Foto: Marcelo Chello/Estadão Conteúdo
A campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República contratou uma gráfica envolvida em casos de corrupção e que já teve o dono preso. A gráfica Print, de Cuiabá (MT), aparece em investigações em Mato Grosso, incluindo uma apuração em que aparece como destinatária de ilegal de dinheiro da JBS. A empresa foi contratada pela campanha de Haddad para o fornecimento de impressos e adesivos, no valor de R$ 111 mil, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O dono da gráfica, Dalmi Fernandes Defanti Junior, chegou a ser preso em 2015 junto com os irmãos dele, Fábio e Jorge Defanti. A operação investigava fraude em licitação de R$ 40 milhões para serviços gráficos para o governo mato-grossense.
A prisão ocorreu porque eles teriam apagado arquivos que mostravam que prestaram serviços para o governo. A licitação ocorreu em 2011 e passou a ser investigada após denúncia de um empresário convidado para participar do esquema. Segundo ele, além de combinar o resultado da licitação, as empresas imprimiriam bem menos material do que eram pagas para fazer. A gráfica também aparece em outro caso, ligado à Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Pelo esquema, as empresas devolveriam 75% de comissão a parlamentares.
Os casos seguem tramitando, e, em 2016, a Justiça bloqueou R$ 7,4 milhões em bens da gráfica Print e sócios. A empresa também aparece em delação premiada do ex-governador do Estado Silval Barbosa (MDB). Ele passou quase dois anos preso por fraudes cometidas entre 2011 e 2014. De acordo com o depoimento de Barbosa dado ao Ministério Público Federal em 2015, Dalmi recebeu R$ 800 mil em espécie, com o objetivo de quitar dívida de campanha de 2014. O dinheiro era fruto de propina paga pela JBS. O ex-governador, porém, afirma que o empresário não sabia a origem do dinheiro.
Outros casos — A Print não é a única empresa contratada pelo PT na eleição presidencial que aparece em casos de corrupção. A campanha gastou R$ 8 milhões com empresas ligadas à operação Lava Jato. Destes, R$ 7 milhões foram para locação de equipamentos para gravação de programas com a Rentalcine, que tem como sócios um réu na Lava Jato e um delator relacionado à Odebrecht no Peru.
O PT também gastou mais R$ 741 mil na compra de panfletos da gráfica Braspor, que apareceu na Lava Jato por repassar dinheiro para uma empresa-fantasma do ex-deputado federal André Vargas, na época do PT.
Posições — A assessoria de Haddad afirmou que contrata seus fornecedores seguindo a lei e que todas as despesas são informadas ao TSE. A direção da gráfica Print não respondeu à reportagem.

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