O Corinthians se tornou campeão paulista com cara de Corinthians. O time não tremeu no Allianz Parque lotado, domou o ambiente de favoritismo do Palmeiras neste domingo e chegou ao segundo título estadual consecutivo graças à frieza e ao controle de quem venceu por 1 a 0 no tempo normal, com um gol no primeiro minuto, e confirmou a conquista nos pênaltis, com vitória por 4 a 3.
A final teve um roteiro como a torcida corintiana gosta. Foi preciso sofrer, aguentar e ser humilde diante de um rival favorito que ganhou por 1 a 0 em Itaquera o jogo de ida. O herói nas penalidades foi Cássio, que pegou as cobranças de Dudu e Lucas Lima, enquanto Danilo, Romero, Lucca e, por fim, Maycon, confirmaram o título de um clube, que apesar de ser o defensor do título, era zebra para a finalíssima.
O reencontro entre os dois rivais em uma decisão após 19 anos foi em uma intensidade altíssima, como se fosse para compensar o longo hiato sem decisões entre os clubes no Estadual. O jogo começou tão corrido que mal a torcida havia sentado, o placar estava alterado, no primeiro minuto. Mateus Vital fez jogada individual pela esquerda, rolou para trás e Rodriguinho, com frieza, arrematou e contou o desvio em Victor Luís para fazer 1 a 0. A vantagem palmeirense no placar havia acabado.
Com tudo igual, a decisão passou a ser um desafio para os nervos No lado emocional o Corinthians estava mais forte, pois encontrou um atalho para o gol. Mateus Vital ganhava quase sempre as jogadas de Marcos Rocha, superava Antônio Carlos e chegava à linha de fundo com perigo. A resposta palmeirense quase veio aos cinco minutos. Willian teve um gol de cabeça anulado por poucos centímetros de impedimento.
O gol precoce deixou os times em estados de ânimo opostos. O Palmeiras era nervoso, sentia a angústia de precisar marcar e ao se aproximar da área, sempre tomava a decisão errada. O Corinthians estava com o jogo a seu gosto. Cômodo por gostar de ser atacado, a equipe confiava no dia brilhante de Mateus Vital e em velhas práticas para ganhar tempo e enervar o rival. Cássio, por exemplo, levou cartão amarelo ainda aos 16 minutos.
O ritual do Palmeiras no jogo era de martelar até a muralha rival ceder. Em uma rara brecha, o time finalmente conseguiu finalizar com perigo a gol, já aos 33 minutos. A escolha do técnico Roger Machado para buscar o empate foi acionar Keno para o segundo tempo. O Corinthians continuou firme à proposta de aguentar a pressão e esperar por uma oportunidade. O jogo ficou mais travado no segundo tempo, sem emoções. A torcida sentiu a dificuldade e ficou mais calada.
A maior esperança do empate veio no lance que seria estopim para o nervosismo, aos 26 minutos. Ralf dividiu com Dudu na área, tocando primeiro a bola e depois no atacante. O palmeirense caiu O árbitro Marcelo Aparecido de Souza marcou pênalti e, após longas reclamações, voltou atrás. A partida ficou oito minutos parada, enquanto princípios de tumulto e muita discussão tomavam conta do gramado. Se o time de casa já estava nervoso, passou a ficar transtornado, assim como a torcida.
Os longos dez minutos de acréscimo seriam massacrantes para os dois lados. O primeiro viria com o Palmeiras. Thiago Santos cabeceou por cima uma oportunidade sem goleiro. O Corinthians fez a torcida alviverde prender a respiração logo depois, com uma tentativa perigosa de Sidcley. Outra polêmica colocou ainda mais pressão no clássico, por um possível toque de mão de Henrique dentro da área.
A definição ficou para os pênaltis. O nervosismo pareceu pesar contra o Palmeiras, que começou errando. Dudu parou nas mãos de Cássio e depois Lucas Lima também. Frio na hora decisiva, sendo que apenas Fagner desperdiçou uma penalidade, o Corinthians foi eficaz nas cobranças, assim como foi nos 90 minutos. Um time fatal e, é claro, campeão.
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