Procurador ironiza Segóvia, que colocou em dúvida se ‘uma única mala’ poderia incriminar Temer

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da operação Lava Jato, criticou a declaração do novo diretor geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, que colocou em dúvida se “uma única mala” seria o suficiente para determinar se houve ou não um crime. Em um post nessa terça-feira (21) em seu Facebook, Lima ironizou a fala do novo diretor. “Uma pergunta: quantas malas de dinheiro são suficientes para o novo diretor geral da Polícia Federal?”, questionou.

Depois de se dizer lisonjeado com a presença de Michel Temer em sua cerimônia de posse, nessa segunda-feira (20), o novo diretor geral da PF disse que o presidente continuará a ser investigado com a “celeridade de todos os outros inquéritos”. A afirmação de Segóvia sobre a continuidade das investigações se deu em entrevista coletiva, diante da insistência de jornalistas. Em um primeiro momento, o novo diretor havia dito que as investigações contra o peemedebista já haviam sido concluídas.

Segóvia criticou a Procuradoria Geral da República que, na gestão de Rodrigo Janot, denunciou pela primeira vez o presidente por corrupção passiva no caso da mala dos R$ 500 mil que a JBS pagou para o ex-assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures.

“Talvez uma única mala não desse toda a materialidade para apontar se houve ou não crime, e quais são os partícipes. Isso poderia ter sido respondido se a investigação tivesse mais tempo. E quem colocou esse prazo foi o Ministério Público Federal”, declarou. “E também seria esclarecido por que Joesley (Batista, dono da JBS) sabia quando iria acontecer (a divulgação da delação) para ganhar milhões no mercado de capitais”.

Na noite dessa segunda-feira (20), Janot também reagiu às críticas do novo diretor geral em relação às delações da JBS. Segundo Janot, Segóvia desconhece as leis e menospreza o trabalho da própria PF, que teve atuação de destaque no caso desde o início das investigações. “Ele é mesmo um pau mandado”, disparou Janot.

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