Em entrevista, petista comentou o governo de sua sucessora e outros assuntos, como a política praticada por Trump e Maduro

Por Luis Henrique Gomes

Uma entrevista do ex-presidente Lula, divulgada pelo jornal espanhol “El Mundo” nesse domingo (22), traz críticas do petista ao governo de Dilma Rousseff e pontos de vista sobre o atual momento político e econômico do Brasil.

Ao responder uma das questões, Lula afirmou que sua sucessora “traiu o eleitorado que a elegeu em 2014 ao anunciar o ajuste fiscal”. Esse foi o segundo ponto da gestão de Dilma criticado pelo petista. O primeiro e maior equívoco, segundo o ex-presidente, foi o exagero nas políticas de exoneração das grandes empresas. “Começamos a perder credibilidade. O ano de 2015 foi muito semelhante ao de 1999, quando FHC teve uma popularidade de 8% e o Brasil quebrou três vezes. Mas o presidente da Câmara era Michel Temer e ele o ajudou a governar. Nós tivemos o Eduardo Cunha, que se encarregou de rejeitar toda reforma que Dilma propunha”, afirmou.

O político comentou, também, a delação de Antonio Palocci, dizendo que o único ponto verdadeiro de seu depoimento era a busca pelo “benefício da lei”.

Sobre 2018, Lula confirmou que espera concorrer às eleições, mas disse ninguém é imprescindível. “Há milhares de Lulas”, afirmou.

Política Internacional

O ex-presidente também foi indagado sobre algumas políticas internacionais, como os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro. “Sou muito cuidadoso na hora de analisar as pessoas. Posso dizer que me surpreende que o presidente de um país do tamanho e da importância dos Estados Unidos esteja falando sobre tudo. Há coisas que devem ser ditas por um funcionário de Estado, uma secretária… Talvez seja porque ele acabou de chegar e ainda há coisas para se aprender. Mas você não pode governar o mundo pelo Twitter”, disse.

Sobre a Venezuela, o petista afirmou não dar apoio incondicional a Maduro, mas disse que defende para a Venezuela o mesmo que defende para o Brasil: administrar os assuntos sem a interferência externa. “Não entendo porque a Europa se preocupa tanto com Maduro. Ele foi elegido democraticamente e os venezuelanos terão que resolver seus problemas entre eles”, argumentou.

Leave A Reply