Mais uma vítima do conflito entre índios e fazendeiros ocorrido no último dia 30 de abril, no povoado Bahias, na cidade de Viana (MA), localizado a 220 km de São Luís, foi internada na capital. Um homem, que não é indígena, identificado como Domingos Gomes Rabelo, de 60 anos, foi internado na sexta-feira (5), no Hospital Carlos Macieira (HCM). Pelo menos 10 pessoas, entre indígenas e fazendeiros, ficaram feridas durante o conflito provocado por disputa de terras.
Segundo a nota da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgada neste sábado (6), Domingos apresenta ferimentos por arma de fogo em cotovelo, punho, mão e joelho direitos, além de uma fratura na mão direita.
Ainda de acordo com a nota da SES, ele está sendo medicado com antibióticos e aguarda o resultado de exames para que os médicos possam definir o tratamento mais adequado a ser aplicado nele. O quadro de saúde de Domingos Gomes Rabelo é considerado estável.
Sobre o estado de saúde de José André Ribeiro o quadro é estável e ele teve o dreno retirado do tórax e recebeu alta da equipe neurológica. José tem alta médica prevista em até 48h.
Já o indígena Aldeli de Jesus Ribeiro, de acordo com avaliação médica, apresenta quadro estável. Ele deverá ser submetido por cirurgia na próxima terça-feira (9). O Gamela José de Ribamar Mendes está estável e sendo medicado por antibióticos. Ele também deverá passar por procedimento cirúrgico na próxima semana.
Conflito
Os índios da etnia Gamela reivindicam uma área de 14 mil hectares no Norte do Maranhão que foi doada pela a Coroa Portuguesa no século XVIII. Eles dizem que os fazendeiros tomaram a área deles no decorrer dos anos.
Segundo a OAB do Maranhão, que acompanha os conflitos por terra na região, os Gamelas estão aguardando processos que correm na Justiça e que garantiriam a retomada de áreas que atualmente estão em poder de não indígenas, mas com a demora para que haja uma decisão judicial os índios estão ocupando áreas por conta própria.
A liderança indígena Kaw Gamela pontua que a comunidade está apenas reivindicando o que é seu por direito. “Que o governo resolva logo isso porque a gente também está cansado de ficar perdendo o nosso direito de ir e vir e a gente não está feliz com isso”, finalizou. (G1MA)