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Diante das últimas semanas marcadas por episódios de violência, especialistas ouvidos pela rede britânica BBC afirmam que a cidade do Rio de Janeiro vive sua pior crise de segurança dos últimos dez anos. Um deles é sociólogo e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade da Uerj, Ignacio Cano.

“Como passamos por alguns anos de otimismo, o golpe é muito maior”, diz ele, referindo-se à melhora nos indicadores de violência nos anos posteriores à instalação das UPPs e anteriores à Copa do Mundo. “Não apenas não conseguimos chegar aonde queríamos, mas estamos caminhando para uma situação ainda pior”, considera Cano.

“O padrão tem sido o mesmo: confronto com o tráfico, adotando incursões bélicas às favelas, que matam inocentes, suspeitos e até mesmo policiais. A velha política da conhecida e derrotada guerra às drogas”, disse o antropólogo e especialista em segurança pública Luiz Eduardo Soares à BBC.

A tensão no Complexo do Alemão, onde pelo menos dez pessoas morreram em consequência de tiroteios nos últimos 15 dias, deixou mais 2.223 crianças e adolescentes sem aulas nessa sexta-feira (5). A comunidade vive dias de violência desde que a Polícia Militar iniciou a instalação de uma cabine blindada em um dos principais pontos do tráfico de drogas da região, a favela Nova Brasília.

O ex-secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que ações truculentas da polícia causaram uma ruptura com a sociedade e que as UPPs vieram para reaproximá-la das pessoas.

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