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Apesar da redução da taxa básica de juros, a Selic, desde outubro do ano passado, chegando a 13% ao ano, a queda não foi verificada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead) para as modalidades de empréstimo mais populares – cheque especial e cartão de crédito rotativo e parcelado.

O levantamento feito em janeiro deste ano mostrou que a variação média da taxa de juros do cartão de crédito rotativo teve alta de 5,69% na comparação com dezembro de 2016. “A taxa média mensal é de 16,71%”, observa o coordenador de pesquisa da fundação, Eduardo Antunes.

No caso da modalidade cartão de crédito parcelado, a elevação é ainda maior, com aumento de 9,38%. E os juros do cheque especial ficaram 0,82% mais caros no primeiro mês de 2017.

O levantamento da Fundação Ipead mostrou que o crédito pessoal não consignado teve incremento de 3,46% na passagem de dezembro para janeiro. A menor taxa mensal encontrada foi de 3,73% e a maior, 7,34%. A taxa média está em 5,42%.

Num momento de vendas em baixa, as montadoras estão reduzindo os juros para vender. A taxa média das montadoras caiu 7,5% em janeiro frente o último mês de 2016. O valor médio ficou em 1,85%.

Pessimismo – A Fundação Ipead também divulgou nessa sexta-feira (3) o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte, que alcançou 33,89 pontos, o que significa que ele está pessimista. A escala de pontuação vai de 0 a 100, em que 0 representa pessimismo total e 100 representa otimismo total. O índice 50 demarca a fronteira entre a situação de pessimismo e otimismo.

Embora, o índice tenha registrado alta de 0,68% em janeiro de 2017 frente dezembro passado, Antunes observa que a última vez que o consumidor da capital foi mais otimista, com 50,50 pontos, aconteceu em janeiro de 2013. Em janeiro do ano passado, o ICCBH chegou a 34,72 pontos.

O coordenador de pesquisa da Fundação Ipead explica que o principal motivo para o consumidor estar menos otimista é o desemprego em alta. “Quem não está desempregado está com receio de ficar e gasta o mínimo possível, o que interfere na disposição para o consumo”, analisa.

O Brasil fechou 2016 com 12,3 milhões de pessoas desempregadas, com a taxa média móvel encerrando o quarto trimestre em 12%, conforme a Amostra de Domicílio Contínua (Pnade Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012. Antunes diz que para o consumidor voltar a ficar mais otimista é necessário melhora no mercado de trabalho, recuperação que leva tempo. (Por Juliana Gontij)

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