A democrata Hillary Clinton aparece com uma vantagem de mais de 2 milhões de votos sobre o presidente eleito Donald Trump na votação nacional das eleições de 8 de novembro – de acordo com informe do “Cook Political Report”, nessa quarta-feira (23).
A democrata supera Trump por 1,5% dos votos totais, mas a vantagem não implica mudança no resultado da eleição, já que, nos EUA, a disputa é indireta, e o magnata republicano conseguiu um maior número de grandes eleitores no Colégio Eleitoral.
A diferença a favor da ex-secretária de Estado continua aumentando. Hillary Clinton acumula 64.227.373 votos contra 62.212.752 de Trump. É a segunda vez, no século XXI, que um democrata obtém mais votos totais e perde a eleição para um republicano. Porém, a diferença de 2 milhões de votos é inédita.
Em 2000, o vice-presidente Al Gore foi derrotado por George W. Bush, apesar de ter obtido cerca de 544 mil votos a mais do que ele. Diante do estreito resultado, a Suprema Corte decidiu a eleição, vencida por W. Bush ao obter mais votos de grandes eleitores no disputado Estado da Flórida.
Citando problemas na apuração, um documento assinado por especialistas e ativistas sugere que Hillary Clinton pressione autoridades americanas a realizarem uma completa auditoria e a recontagem dos votos em três Estados cruciais nas eleições americanas. Eles alegam que a votação nesses lugares pode ter sido afetada por hackers estrangeiros.
Os Estados em questão, segundo o documento de 18 páginas, são Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, que fazem parte do grupo chamado de Swing States – em que a votação oscila entre os partidos Democrata e Republicano.
Em Michigan, a apuração não acabou, e, como a diferença é bem pequena – 47,59% para Trump, contra 47,34% para Hillary –, é bem provável que as regras do próprio Estado determinem uma recontagem dos votos.
Já em Wisconsin, a votação ficou em 47,87% para Trump, que levou os dez votos eleitorais do Estado, e 46,84% para Hillary. Na Pensilvânia, a votação ficou em 48,79% para Trump, que levou os 20 votos eleitorais, e 47,65% para Hillary.
“Estou interessada em verificar a votação”, disse ao “Guardian” Barbara Simons, conselheiro da comissão de assistência eleitoral dos EUA e especialista em votação eletrônica. “É preciso haver uma auditora pós-eleitoral.”
Analistas do Instituto Nacional de Direito Eleitoral e do centro de segurança de computação da Universidade de Michigan também estão pressionando pela recontagem, segundo o “Guardian”.
Enquanto Hillary não se pronuncia sobre o assunto, a a candidata do Partido Verde derrotada, Jill Stein, anunciou que fará um pedido de recontagem em vários dos estados-chave, de acordo com o “The Guardian”.