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Tão logo a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ser proclamada, nesta quarta-feira, sentenciando a perda de mando de campo do Tricolor na final da Copa do Brasil, dia 30, contra o Atlético, o Grêmio se posicionou através do diretor jurídico do clube, Nestor Hein. O dirigente criticou veementemente o resultado do julgamento e admitiu que foi pego de surpresa.

A sentença foi tomada pela Terceira Comissão Disciplinar do STJD, com quatro votos, no tocante à ‘invasão’ de campa filha do técnico Renato Gaúcho, Carol Portaluppi, que adentrou em área restrita da Arena no jogo contra o Cruzeiro, que garantiu o Grêmio na final do torneio. A jovem estava na área de zona mista do estádio, foi chamada pelo pai e conduzida ao banco de reservas do Tricolor quando o jogo estava a minutos do fim.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Nestor Hein garantiu que o clube irá recorrer da decisão e fará o que for possível para trazer de volta o segundo duelo da final da Copa do Brasil para a Arena.

“Sem dúvida, foi uma decisão fora da curva. Uma decisão extremada, absurda. O tribunal já havia julgado questões semelhantes, inclusive de torcedores que invadiram o gramado em comemorações, e não havia se utilizado de uma situação tão gravosa como foi para o Grêmio. Mas, com base nesta mesma Terceira Comissão vamos usar o recurso para conseguir o efeito suspensivo. O torcedor do Grêmio pode ficar tranquilo. Compete ao clube aceitar essas decisões e manejar o recurso que equivale. É inesperado, porque se achava o julgamento bastante tranquilo”, declarou.

Hein lembrou que a sentença parece desproporcional, na visão do clube gaúcho, porque a Procuradoria do STJD havia dito, na denúncia, que a invasão de campo de Carol Portaluppi não configurava caso grave. Para o dirigente, motivações pessoais foram usadas pelos auditores. O Grêmio foi enquadrado no artigo 213, inciso II do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por “deixar de prevenir e reprimir invasão de campo ou local da disputa do evento”. Além da perda de mando de campo, o clube recebeu multa de R$ 30 mil.

“O julgamento é todo exótico, até porque a própria Procuradoria não pediu uma punição tão grave ao Grêmio. Em determinado momento do julgamento, foi decidido por essa punição gravíssima, considerando ordem de caráter pessoal para o técnico Renato e sua filha. Imagino que a justiça se fará. Todos têm seu dia infeliz. Hoje foi um dia infeliz da comissão. Não há precedentes para uma punição tão severa”, acrescentou.

No julgamento, os auditores alegaram que o Grêmio e Renato Gaúcho descumpriram a lei ao permitir que Carol Portaluppi estivesse em área restrita, enfatizando o convite feito pelo treinador. Hein explicou que o clube recomenda a utilização de uma cartilha de comportamento nos jogos.

“Não chegamos a cogitar de como ocorreria a consumação desta punição. Estamos pensando muito em revertê-la. Não revertendo, partiremos para uma outra estratégia. Todos que trabalham no clube recebem esta cartilha que mostra o comportamento que todos devem agir. Assim, o Grêmio os previne de todos esses cuidados em futebol e grandes eventos”, concluiu. (SuperFC)

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