Até a próxima terça-feira (6 de Setembro) Goiânia recebe o 60º Congresso Brasileiro de Oftalmologia. Um dos destaques do evento é o lançamento do livro Prevenção da Cegueira e Deficiência Visual na Infância, que revela que cerca de 30 mil crianças no país que perderam a visão poderiam não ter chegado a essa situação caso tivessem recebido atendimento precoce e adequado.
Retinoplatia de prematuridade, catarata, toxoplasmose, glaucoma congênito, atrofia óptica, alterações do Sistema Nervoso Central e, mais recentemente, complicações causadas pelo vírus zika, estão entre as principais causas de cegueira e baixa visão durante a infância no Brasil.
A deficiência visual, causada por baixa visão mesmo depois de correção óptica, também atinge outras 140 mil crianças. Para evitar isso, no entanto, os autores do livro advertem que é preciso uma capacitação multidisciplinar com as equipes de saúde e conscientização das famílias. Os cuidados iniciais passam por um bom pré-natal, período em que é possível identificar doenças infecciosas congênitas como, por exemplo, a toxoplasmose, sífilis e o zika vírus, entre outras. Após o nascimento, a indicação é para que seja feito o teste do olhinho, que é obrigatório por lei e gratuito há mais de 10 anos me diversos estados brasileiros.
Diferentemente do que ocorre na vida adulta quando a pessoa passa a ter problemas de visão, a perda do sistema visual ainda na infância pode afetar o desenvolvimento global da criança, o desempenho escolar, além da autoestima. Outro dado preocupante é que estima-se que cerca de 60% das crianças que ficam cegas precocemente morrem ainda na infância, normalmente com menos de 5 anos de idade. (Por Patrícia Guimarães)